No Brasil, a garantia da Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) ainda é um desafio, sobretudo para grupos populacionais mais vulneráveis, dentre os quais, os trabalhadores com rendimentos até cinco salários mínimos. Mudanças no mundo do trabalho, desde os anos 90, alinhadas à precarização do trabalho, com destaque para jornadas laborais flexíveis e baixos salários, desafiam a promoção da saúde dos trabalhadores, como, por exemplo, assegurar uma alimentação saudável e adequada. Assim, objetivou-se analisar a relação entre processo de trabalho e SAN de trabalhadores terceirizados em uma Unidade de Alimentação e Nutrição (UAN). Foi realizado um estudo qualitativo em UAN de uma Instituição Pública Federal de Ensino Superior, onde a observação participante e a entrevista semiestruturada foram empregadas para compreender a tríade trabalho, saúde e alimentação. A organização da produção de refeições na UAN apontou para a intensificação do ritmo de trabalho; para fragmentação do coletivo de trabalhadores; e para prejuízos à saúde dos trabalhadores de ordem física e psíquica. Ficou sinalizado que, na atualidade, no contexto de precarização no mundo do trabalho, as correlações de força desfavoráveis à classe trabalhadora submetem os trabalhadores a uma carga de doenças progressiva e a instabilidade na garantia do Direito Humano à Alimentação Adequada.Palavras-chave: segurança alimentar e nutricional, saúde do trabalhador, serviços terceirizados.