A serapilheira desempenha diversas funções essenciais nos ecossistemas florestais, como a redução da erosão do solo, isolamento térmico, retenção de água, contribuição para o ciclo de nutrientes e criação de nichos ecológicos. Formada pela deposição de materiais orgânicos no solo, sua decomposição regula o ciclo do carbono, armazenando-o e ajudando na redução do CO2 atmosférico, fundamental para a regulação climática. Para compreender melhor seu papel no ecossistema, foi realizado levantamento de artigos científicos em três bases de dados, sobre serapilheira na Floresta Atlântica, publicados até o ano de 2019. A análise dos estudos foi centrada na avaliação das décadas de publicação, identificação dos periódicos de maior relevância e análise das temáticas abordadas nos mesmos. Foram encontrados 393 artigos de 1987 a 2019, categorizados em 11 classes de estudo. A classe mais representativa foi a dos invertebrados, contemplada principalmente por artrópodes como aranhas, besouros, formigas, gafanhotos, crustáceo terrestre, cupins e escorpiões, com foco na alimentação, distribuição, ecologia, inventário, predação e interações com a serapilheira edáfica. A classe dos vertebrados teve os anfíbios como o grupo mais estudado, com ênfase significativa em sua dieta e ocupação de diferentes micro-habitats na floresta. A classe “ciclagem de nutrientes” se concentrou em sua dinâmica, na avaliação da fertilidade do solo por meio da queda de serapilheira, bem como nos componentes químicos e bioquímicos, como o carbono e nitrogênio na biomassa do solo, relacionados à decomposição das folhas. A classe “ambientes aquáticos” abordou a ecologia de macroinvertebrados bentônicos, fungos e a ciclagem de nutrientes neste ambiente. Ademais, os resultados deste estudo destacaram diferentes tendências de pesquisa sobre serapilheira na Floresta Atlântica brasileira, com foco na macrofauna edáfica e nos anfíbios. Houve um aumento significativo na pesquisa sobre serapilheira na década de 2010, destacando seu crescente interesse e importância ecológica. Os resultados têm implicações para a compreensão da biodiversidade e dinâmica dos ecossistemas na Floresta Atlântica, enfatizando a necessidade de políticas de conservação e manejo sustentável mais eficazes. No entanto, o estudo tem limitações, como a falta de pesquisa sobre os fatores abióticos na deposição de serapilheira, uma área subexplorada na literatura atual.