Este trabalho foi elaborado para explorar como se apresentam na prática as diferenças de processamento neural entre crianças disléxicas e não disléxicas, com enfoque na criatividade. Para tanto, foi feito um estudo descritivo, exploratório de coorte transversal com amostra de 50 escolares, de ambos os sexos, sendo 25 (GD) disléxicos e 25 (GC) sem o transtorno. Os instrumentos foram dois testes autorais de criatividade adaptados para os objetivos do estudo e para o contexto da pandemia. Os escolares disléxicos (GD) 14 (56%) eram do sexo masculino, com idade média de 10,25 e desvio padrão (SD) de 1,25 anos. Não houve diferença significante entre os grupos GD e GC nos testes da ampliação do campo mental (p≥0,05), que demonstrou pouca geração de ideias e perspectivas. Nos testes de conexão houve diferença significante (p<0,05), com maior desempenho de combinação incomum de ideias no GD. Na reorganização do campo mental, o GD considerou um maior número de elementos para além de um contexto específico e alterando pontos de vista (p<0,05). O GD apresentou maior número de respostas originais (40%, n=10) comparado ao GC (20%, n=5). Estes resultados foram sugestivos de maiores habilidades criativas no grupo disléxico, contudo, a reflexão do estudo revela a necessária revolução educacional que valorize o pensamento divergente e a criatividade, tornando a educação mais inclusiva.