Este trabalho aborda o processo relacional entre a Língua Brasileira de Sinais (Libras) e a Língua Portuguesa (LP) na apropriação da escrita por pessoas surdas sinalizadoras. Supõem-se certa hibridização na aprendizagem da LP que resulta da experiência singular materializada no corpo surdo, a partir das suas interações com a Libras, adotada aqui como uma língua matriz. Embora pesquisas na área da surdez discutam a importância do ensino diferenciado da LP para surdos, a partir de propostas de ensino de segunda língua (L2), problemas metodológicos ainda são presentes nesta área. Pesquisas apontam, como estratégia de reparo, a aplicabilidade de materiais didáticos e novos métodos de ensino. No entanto, como as limitações no ensino de surdos ainda são evidentes, o intuito deste estudo foi o de discutir o processo do aprender a LP escrita com base na descrição conceitual de língua matriz e língua adicional, construídos a partir do conceito de matriz de experiência em Michel Foucault, portanto, nas filosofias da diferença. Para esse estudo, foi necessário promover o estado da arte de pesquisas, na temática sobre o aprender surdo da língua portuguesa escrita, com o auxílio do levantamento bibliográfico. A reflexão teórica e a bibliografia estudada, dos últimos dez anos, apresentam como resultados a contribuição de estudos sobre o ensino da língua portuguesa para surdos, mostrando o que se tem acerca das pesquisas neste campo e o que precisamos traçar como novidade para este cenário investigado. Em suma, o panorama delineado revela a necessidade de ampliação conceitual para esta área.