Desenvolvimento De Redes De Canais E Pirataria De Água Subterrânea: Bacia Do Rio Do Bananal (Rj/Sp)

Abstract

Resumo:Desde 1982, a bacia do rio do Bananal (512 km 2 ), que drena o reverso da escarpa Atlântica da serra do Mar (localmente denominada serra da Bocaina), constituiuse em área-laboratório de pesquisas de campo de natureza hidro-geomorfológica e geoecológica, fornecendo subsídios para a modelagem funcional e histórica da expansão de redes de canais em vales de cabeceiras de drenagem. Ao longo das últimas três décadas foram conduzidas mensurações do crescimento de um caso típico de canal inciso (tipo voçoroca) resultante da erosão por exfi ltração de água subterrânea. Enquanto o canal-tronco permaneceu relativamente estável nesse período, observou-se o crescimento de dois canais-dígitos, um dos quais bifurcou próximo à cabeça do canal-tronco, mostrando aceleração das taxas de recuo com a aproximação do divisor. Este último fato contrariou o esperado na medida em que a literatura apontava que a redução da área de contribuição a montante da cabeça de canal tenderia a desacelerar a atividade erosiva até sua estabilização fi nal. Isto abriu a hipótese de que estaria ocorrendo migração de fl uxo do vale de cabeceira vizinho, o que foi traduzido como "pirataria" de água subterrânea. Neste trabalho buscou-se testar tal possibilidade, visando compreender melhor a relação entre a expansão da rede de canais e o comportamento da rede de fl uxos d'água subterrânea local. Para tanto, utilizou-se a modelagem numérica de fl uxos subterrâneos, arbitrando-se uma profundidade limite da rocha impermeável em 25 m por aproximação aos dados de campo. Alguns cenários foram reproduzidos Informações sobre o Artigo

Eucalyptus Planting in Pasture Matrix and Erosive Reactivation of Gullies in the Sesmaria River Basin (SP/RJ): a cycle of instability in headwater valleys

“…The synchronism in the upward movement of the NA in all wells, regardless of their depth and altimetry, suggests that the valley bottoms of drainage headwaters are influenced by the dynamics of the regional aquifer, in addition to the hydrological behavior on the slopes and local rainfall. This regulation of the regional aquifer was also observed in the Bananal river basin, where subsurface water level variations, as well as piezometric loads, respond to rainfall at the regional level and with similar delays, varying between 2 and 4 months (FONSECA et al, 2006;LEAL et al, 2015). Coelho Netto (1999) points out that the high topographic gradient observed in the Bananal River basins (0.040 dimensionless) and in the Sesmaria River basin (0.055 dimensionless) favors the generation of artesian flows, through the fracturing of rocks, with higher piezometric loads along the axes of the headwater valleys, particularly in the hill domain.…”

“…The NA altimetric variations between the valleys of adjacent headwaters influence the hydraulic gradient between them, favoring the direction of underground water flows towards the most dissected valley floor, that is, lowered by the increasing incision of the gully-type erosive channel (LEAL et al, 2015). In the present study, it was observed that the highest NA in headwater valley Cax.2, concerning the two neighboring valleys where gullies 01 and 02 develop, contributed to the erosive reactivation in these two gullies after the increase in infiltration with the eucalyptus plantation on the slopes of Cax.2.…”

“…The axes of the headwater drainage valleys, in turn, are guided by sub-vertical rock fractures, which constitute the main routes for the exfiltration of groundwater flows by artesianism, whose discharges reflect variations in the pressure head in depth in the zone saturated (COELHO NETTO, 2003). The temporal variability of the pressure head in the aquifer does not respond directly to local rainfall inputs, delaying from two to four months concerning regionally accumulated rainfall, as attested by monitoring in different locations of the referred basin (AVELAR; COELHO NETTO, 1992a;1992b;FONSECA, 2006;ROCHA LEÃO, 2005; LEAL; COELHO NETTO; AVELAR, 2015).…”

Contribuição Ao Estudo De Voçorocas a Partir Do Uso Experimental De Laser Scanner Terrestre E Vant

“…O clima úmido no reverso da Serra do Mar e dos alinhamentos serranos escalonados da Serra da Mantiqueira apresenta totais anuais pluviométricos de 1.200 a 1.990 mm (AVELAR e COELHO NETTO, 1992;DANTAS et al, 2005;UAGODA et al, 2006;SATO et al, 2009;LEAL et al, 2015). O tipo climático, classifi cado como tropical de altitude, possui invernos brandos e verões chuvosos, típico da região serrana, com as estações de Lídice e Barragem de Tócos, em Rio Claro, registrando médias anuais de 1.786 e 1.507 mm de chuva, respectivamente (COSTA et al, 2012;INEA, 2015).…”

“…Ravinas e voçorocas concentram-se, principalmente, na unidade geomorfológica Colinas, em morros de vales suspensos, e no Domínio Montanhoso (SATO et al, 2009;INEA, 2015). No reverso da escarpa da Serra do Mar, a compartimentação do relevo se dá não abruptamente em direção ao interior, com níveis de base locais e formas planas, de origens coluvial e aluvial, em meio às linhas de serra e picos, produzindo clara ruptura de declive entre a encosta e o fundo de vale, favorecendo o uso e ocupação para plantios e pecuária, com preservação de fl orestas em muitas encostas (INSTITUTO TERRA, 2008;DEVIDE, 2013;LEAL et al, 2015).…”