ResumoIntrodução: A pandemia decorrente da contaminação por coronavírus (Covid-19) forçou países a implementarem regimes sanitários rígidos, incluindo medidas de isolamento social. Objetivo: Este estudo original avaliou aspectos da autonomia culinária de universitários antes e durante o isolamento social decorrente da pandemia da Covid-19. Método: Desenvolveu-se um estudo transversal descritivo, conduzido entre junho e julho de 2020, com a aplicação de um questionário on-line sobre dados sociodemográficos, aspectos da autonomia culinária antes e durante o isolamento, para comparação e avaliação. A associação entre as variáveis de interesse foi avaliada por meio do teste Qui-quadrado de Pearson. Resultados: Participaram da pesquisa 233 universitários, a maioria do sexo feminino (71,2%) e com idade entre 20 e 25 anos (74,6%). Durante o período de isolamento, a frequência com que esses estudantes cozinhavam aumentou, assim como a utilização da panela de pressão (um indicador de confiança na cozinha), a divisão de tarefas nesse espaço e o consumo de alimentos in natura ou minimamente processados, embora o acesso e idas às feiras tenha diminuído. Conclusão: Nesta população, o período de isolamento parece ter contribuído, em nível individual, para o desenvolvimento da autonomia culinária. Em tempos de pandemia ou não, esse desenvolvimento é necessário para que o agente crie maneiras de economizar e preparar suas próprias refeições. Nesse sentido, os achados contribuem para o diálogo sobre a promoção da saúde e qualidade de vida por meio da culinária caseira.