RESUMO -O experimento foi realizado com o objetivo de selecionar genótipos de Lotus corniculatus L. (Draco, SãoGabriel e UFRGS) mais tolerantes ao alumínio, utilizando-se a técnica de seleção em solução nutritiva. A solução continha 200 μmol/L de cálcio (CaCl 2 ), 100 μmol/L de alumínio (AlCl 3 ) e pH controlado na faixa de 4,1 a 4,3. Realizaram-se dois ciclos de seleção, nos quais as plântulas foram selecionadas pelo comprimento final das radículas. Posteriormente, avaliou-se o ganho genético alcançado nos ciclos de seleção, tanto nas populações originais como nas melhoradas, em um experimento com solução nutritiva com quatro concentrações de alumínio (0, 50, 100 e 150 μmol/L) (AlCl 3 ), por meio do crescimento radicular líquido.
IntroduçãoOs solos ácidos são encontrados em grande parte do mundo, principalmente nas regiões tropicais e subtropicais úmidas, onde o volume considerável de chuvas e as temperaturas elevadas acabam acelerando o intemperismo. Nesses solos, o principal fator limitante é a presença de alumínio tóxico (Al 3+ ) em elevadas concentrações, que reduz o crescimento e a produtividade das plantas (Delhaize & Ryan, 1995).A redução na quantidade de alumínio pode ser realizada por meio de práticas de calagem, pois esse elemento é totalmente neutralizado quando o pH do solo é superior a 5,5 (Bohnen et al., 2006). Por outro lado, o uso de corretivos representa acréscimo nos custos de produção. Além disso, o alumínio não ocorre apenas na camada arável do solo, mas também em maiores profundidades, tornando difícil a realização dessa operação (Sousa et al., 2007).Outra forma de superar as dificuldades decorrentes da presença do Al 3+ no solo é a utilização de cultivares tolerantes (Foy et al., 1978), obtidos por meio da exploração do potencial genético de cada espécie. O uso desses materiais pode diminuir os custos de implantação e manutenção da cultura e permitir melhor desenvolvimento em situações de estresse hídrico, pois as plantas tolerantes apresentam melhor desenvolvimento do sistema radicular.