RESUMO -O óleo do farelo de arroz é uma fonte natural rica em antioxidantes e ácidos graxos, os quais são de grande interesse para aplicação na indústria alimentícia, cosmética e farmacêutica. O objetivo deste trabalho foi avaliar o processo de extração supercrítica do óleo de farelo de arroz, além de determinar o rendimento global, a cinética de extração e a atividade antioxidante dos extratos. As condições de pressão e temperatura foram variadas entre 150 e 250bar e 40 a 80°C, respectivamente. As extrações foram realizadas utilizando CO 2 em uma vazão de 4g/min durante 4 horas e a atividade antioxidante foi determinada pelo método do radical DPPH. A condição ótima de extração foi a 40°C e 250bar, com rendimento de 12,68%. A atividade antioxidante variou entre 25,81 e 59,00%, onde a maior porcentagem foi encontrada na condição de maior rendimento global. O processo de extração supercrítica do óleo de farelo de arroz mostrou um ótimo rendimento de extrato, o qual apresentou bom potencial antioxidante.
INTRODUÇÃODentre os óleos comestíveis, o óleo do farelo de arroz (RBO) (20-25 % do farelo) é uma rica fonte natural em antioxidantes e contém uma composição balanceada de ácidos graxos, o que é de grande interesse para aplicação na indústria alimentícia, cosmética e farmacêutica (Embrapa, 2013;Jesus et al., 2010). O RBO contém 95,6% de lipídios saponificáveis, incluindo glicolipídios e fosfolipídios, e 4,2% de lipídios insaponificáveis, incluindo tocoferóis, tocotrienóis, oryzanóis, esteróis e carotenóides (Chen et al., 2008). Os compostos bioativos encontrados no RBO (γ-orizanol, tocotrienóis e tocoferóis) têm alto poder de ação antioxidadante e têm demonstrado várias atividades benéficas à saúde, como a redução dos níveis de colesterol (Ismail et al., 2010).O RBO pode ser extraído usando o método convencional com solventes orgânicos (hexano) ou a partir da tecnologia de extração com fluido supercrítico (SFE) (Patel e Naik, 2004). Estima-se que no processo de extração convencional sejam liberados de 2 a 10 litros de hexano por tonelada de farelo para a atmosfera, causando poluição ambiental e consequentes problemas à saúde. O produto obtido na extração com solvente orgânico contém níveis elevados de cera (2-4%), gomas (fosfolípidos) (1-2%), ácidos graxos livres (5-25%) e pigmentos, tornando o óleo extraído mais difícil de refinar. Além disso, o método convencional de refinação química destrói todo γ-orizanol e quantidades substanciais de tocoferóis e tocotrienóis (Balachandran et al., 2008).