Deslizamentos E Enchentes Na Bacia Do Rio Tejipió: Percepção E Resiliência Frente a Riscos Geomorfológicos

Abstract

ResumoFatores físicos atrelados ao crescimento populacional e ao uso e ocupação da terra contribuíram para uma maior ocorrência de eventos naturais processuais nas cidades. Na bacia do rio Tejipió, localizada entre os municípios de Recife e Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife, foi analisado um trecho da bacia nas proximidades do bairro Cavaleiro pertencente ao município de Jaboatão dos Guararapes, objetivando discutir os riscos geomorfológicos em meio a ambientes urbanos, especialmente os relacionados a enchentes e deslizamentos, assim como analisar a percepção e resiliência da população afetada por tais eventos. Metodologicamente como procedimentos técnicos de investigação foram utilizados: análise bibliográfica, entrevistas e levantamento de campo. A pesquisa permitiu identificar que a população estudada está potencialmente vulnerável a duas situações de risco: enchentes e deslizamentos, provocados por eventos pluviais extremos e recorrentes e a intensificação da ocupação das encostas e da planície de inundação. Os moradores em sua maioria se veem em meio ao risco que estão expostos, adotando medidas que comprovam a resiliência da comunidade frente à ocorrência de tais eventos.Palavras-chave: dinâmica fluvial. encostas. riscos geomorfológicos. LANDSLIDES AND FLOODS IN THE TEJIPIÓ RIVER BASIN:perception and resilience front geomorphological risks AbstractPhysical factors linked to population growth and soil use and occupation have contributed to a greater occurrence of natural procedural events in cities. In the Tejipió River basin, located between the municipalities of Recife and Jaboatão dos

Mapeamento das áreas suscetíveis a inundações na bacia hidrográfica do rio Tejipió, em Pernambuco, Brasil

“…A bacia hidrográfica do rio Tejipió localiza-se integralmente na Região Metropolitana do Recife, em Pernambuco, Brasil, está compreendida entre as coordenadas geográficas 08° 02' 4,76" e 08° 09' 26,56" de latitude sul e 34° 52' 26,56" e 35° 02' 47,49" de longitude oeste e detém uma área de, aproximadamente, 90,00 km² (Silva et al, 2017). Segundo a Agência Pernambucana de Águas e Clima (APAC, 2022), a região estudada pertence ao Grupo 2 das bacias de pequenos rios litorâneos do estado de Pernambuco (GL-2) e contempla os seguintes municípios: São Lourenço da Mata, Jaboatão dos Guararapes e Recife, como mostra a Figura 1.…”

“…Acerca da geomorfologia, a bacia hidrográfica do rio Tejipió é representada por morros, em seus alto e médio cursos, e planícies costeiras no baixo curso. Em relação ao uso e ocupação do solo, a urbanização é a classe que prevalece no local, constituindo 67,40% de sua área total; a vegetação abrange 22,50% da bacia, sendo representada por resquícios de Mata Atlântica secundária; a prática agrícola corresponde a 4,50% da região, principalmente pelo cultivo de cana-de-açúcar; os manguezais configuram uma área que contempla 5,20% do território e 0,40% da área total é constituída pelos corpos hídricos, como açudes e lagos (Silva et al, 2016;Silva et al, 2017).…”

“…A bacia hidrográfica do rio Tejipió, em Pernambuco, Brasil, está situada, em sua maior parte, numa região que abrange baixas declividades e altitudes, apresentando cotas altimétricas compreendidas entre zero e 25 metros em relação ao nível do mar (Silva et al, 2016). Além disso, a região enfrenta profundas transformações no espaço em decorrência da expansão desordenada da malha urbana (Silva et al, 2017).…”

“…A bacia hidrográfica do rio Tejipió, em Pernambuco, Brasil, está situada, em sua maior parte, numa região que abrange baixas declividades e altitudes, apresentando cotas altimétricas compreendidas entre zero e 25 metros em relação ao nível do mar (Silva et al, 2016). Além disso, a região enfrenta profundas transformações no espaço em decorrência da expansão desordenada da malha urbana (Silva et al, 2017). Problemas como o lançamento de resíduos sólidos e efluentes domésticos não tratados diretamente nos corpos hídricos e a ocupação irregular de moradias nas margens fluviais corroboram com o aumento da ocorrência de inundações urbanas, que se acentuam durante eventos extremos de precipitação.…”