O número de crianças em período escolar que são sujeitas a diagnósticos e tratamentos farmacológicos em decorrência de dificuldades de aprendizagens, em particular sobre o Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH), tem sido preocupante. Nesse sentido, considera-se a atenção condição primordial para os processos de aprendizagem, e a Psicologia Escolar se identifica como uma área imprescindível para refletir e intervir sobre essa concepção predominante através dos estudos sobre o desenvolvimento da atenção voluntária. Diante disso, o estudo objetiva entender as críticas à medicalização da educação contemporânea que toma como princípio o suposto TDAH, descrevendo como a Psicologia Histórico-cultural compreende o desenvolvimento da atenção voluntária em crianças, e, posteriormente, a atuação do psicólogo escolar frente ao processo de ensino aprendizagem. A metodologia utilizada no estudo é de natureza bibliográfica, baseada na Psicologia Histórico- cultural e tem como principal fonte os estudos já produzidos por Tuleski na respectiva área. Destaca-se a importância de se refletir sobre a construção histórica e hegemônica do TDAH, o imediatismo vivido pela sociedade atualmente, o novo olhar sobre a atenção propiciado pela Psicologia Histórico-cultural, além da atuação do psicólogo escolar, como um facilitador do funcionamento daquele coletivo institucional. os estudos acerca da Psicologia Histórico-cultural, através do estudo do desenvolvimento da atenção voluntária, evidenciam a possibilidade de um novo olhar frente tal visão, já que esta teoria propõe que o desenvolvimento da atenção não se trata unicamente de uma questão biológica, mas vai além disso, se trata da integração de elementos biológicos, sociais e culturais, direcionado caminhos para a intervenção e a compreensão. Por fim, sugere-se estudos voltados para avaliação das realidades institucionais no que se refere ao desenvolvimento de práticas que considerem os indivíduos como seres subjetivos, integrais e socioculturais.