A graduação em medicina no Brasil tem impacto no Sistema Único de Saúde (SUS) do país. Dentre as universidades brasileiras, a Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) merece destaque como centro formador de especialistas. Considerando esse cenário, buscou-se descrever o perfil dos egressos da graduação da FMUSP entre os anos de 1998 e 2018 e sua trajetória de ingresso na residência médica. Trata-se de um estudo observacional de delineamento transversal baseado na análise de bases de dados secundárias. Dos 3.637 registros analisados, 38,8% eram mulheres, proporção que aumentou ao longo do tempo. A média de idade na graduação foi de 24,2 anos. A maioria dos egressos nasceu (89%) e permaneceu (91%) no Estado de São Paulo, 82,5% fez residência no HC FMUSP, 3,7% fez residência em outra instituição e 13,8% não ingressou em nenhuma residência médica até 2019. Dentre os que fizeram alguma residência, 69,6% entraram direto (no ano seguinte após a graduação), 22,6% aguardaram 1 ano, 4,9% aguardaram 2 anos e 2,9% aguardaram 3 anos ou mais. Considerando todos os egressos, 58,6% entraram direto na residência médica do HC FMUSP. Em suma, a residência HC FMUSP foi a principal responsável pela especialização dos graduandos e abrigou a maior parte dos alunos que buscaram alguma especialização logo em seguida à conclusão da graduação.