Detecção de HPV na mucosa oral e genital pela técnica PCR em mulheres com diagnóstico histopatológico positivo para HPV genital

Abstract

A infecção do papilomavírus humano (HPV) é uma das mais freqüentes doenças sexualmente transmissíveis em todo o mundo. A relação entre o HPV genital e oral permanece incerta, assim como o seu papel na carcinogênese oral. O objetivo deste estudo foi verificar a presença do DNA do HPV na mucosa oral e genital de mulheres com infecção genital por HPV, pela técnica de reação em cadeia de polimerase (PCR). FORMA DE ESTUDO: Coorte transversal. MATERIAL E MÉTODO: Trata-se de um estudo piloto, prospectivo, com 30 mulheres, idade de 14 a 51 anos, portadoras de infecção genital por HPV confirmada pelo exame de histopatológico. Todas as pacientes foram submetidas a exame e coleta por raspagem da cavidade oral e genital para pesquisa do DNA do HPV pela técnica PCR. RESULTADOS: Nenhuma das amostras da cavidade oral foi positiva para HPV, enquanto no genital, o HPV foi detectado em 17 (57%) das 30 pacientes, principalmente o HPV 6b e 16. CONCLUSÃO: Os resultados mostraram maior porcentagem do HPV genital em relação à cavidade oral, e sugerem que o HPV genital não parece ser fator predisponente para a infecção oral no mesmo paciente.

Frequency of human papillomavirus types 16, 18, 31, and 33 and sites of cervical lesions in gynecological patients from Recife, Brazil

“…HPV belongs to a heterogeneous group of DNA viruses able to infect the skin and mucosa of several regions of the human body (Castro et al, 2009). Although approximately 45 different types infect the anus-genital region, HPV 6, 11, 16, and 18 account for most HPV lesions in this region (Park and Androphy, 2002;Muñoz et al, 2003).…”

Atividade mucosotrópica do Papilomavírus Humano (HPV) no processo carcinogênico em diferentes sítios de infecção.

“…A disseminação do HPV em um mesmo indivíduo tem sido investigada com o intuito de esclarecer se a infecção genital por esse vírus poderia ser um fator predisponente para a infecção em outros locais, como a cavidade oral (CASTRO et al, 2009). De forma que a história natural do vírus ainda está em construção e os mecanismos de manutenção dele no organismo hospedeiro são pouco compreendidos, entendemos que a detecção do vírus em sítios extragenitais poderá ajudar na compreensão da cadeia disseminadora do HPV.…”

“…Estudos que analisaram a infecção genital e oral têm relatado dados contraditórios quanto a prevalência do vírus e a concordância entre diferentes tipos de HPV nos sítios anatômicos, além disso é exposto uma falta de esclarecimento quanto a via de transmissão para a mucosa oral, assim sendo ainda não foi possível afirmar se indivíduos com HPV na mucosa cervical estão mais predispostos a serem acometidos pela infecção viral na mucosa oral (ADAMAPOLOU et al, 2013;CAÑADAS et al, 2004;CASTRO et al, 2009;GIRALDO et al, 2006;TERMINE et al, 2011). Termine et al (2011), tendo como base os resultados encontrados no seu estudo, levantaram questões sobre a necessidade da investigação do HPV na mucosa oral em mulheres que apresentam HPV na mucosa cervical, e que outros dados precisam ser analisados para uma maior compreensão da transmissão para sítio oral.…”

“…Antes de analisarmos a detecção nos três sítios, é importante descrever que essa pesquisa foi fundamentada a partir do entendimento que os trabalhos que analisavam uma possível correlação de tipos virais em um mesmo indivíduo, só realizavam a detecção do HPV na mucosa cervical e na mucosa oral (ADAMAPOLOU et al, 2013;CAÑADAS et al, 2004;CASTRO et al, 2009;GIRALDO et al, 2006;TERMINE et al, 2011).…”

“…Com isso é importante descrever que a disseminação do HPV em um mesmo indivíduo têm que ser investigada, não só com o intuito de correlacionar tipos virais em sítios de infecção de um mesmo paciente, mas também com a finalidade de esclarecer se a infecção genital por esse vírus poderia ser um fator predisponente para a infecção em outros locais, como a cavidade oral e se o esse vírus poderia então ser disseminado em um mesmo organismo (CASTRO et al, 2009 Arias et al, (2010), analisando a presença do HPV no plasma, em lesões intraepiteliais e câncer cervical, relataram que em nenhuma paciente foi detectado um tipo viral no plasma que não tenha sido previamente detectado na amostra da mucosa cervical, corroborando os resultados do nosso trabalho e demonstrando que a detecção do HPV no sangue não é uma detecção aleatória e sem embasamento, e que está vinculada a outros sítios de infecção.…”