A porção sul da Bacia sedimentar intracratônica do Paraná carece de estudos que considerem a possível influência de atividade tectônica na evolução do relevo após o Cretáceo. Este trabalho visa hierarquizar morfoestruturas na porção sul da Bacia do Paraná, abrangendo as Formações Tupanciretã e Serra Geral, com base em topologia de redes de drenagem e lineamentos morfoestruturais. O estudo é desenvolvido com o uso de dados de sensoriamento remoto, incluindo: modelo digital de elevação (MDE) World 3D30 (AW3D30), adquiridos a bordo do Advanced Land Observing Satellite (ALOS); imagens do Satélite Sentinel-2, sensor MSI (MultiSpectral Instrument); e imagens do veículo aéreo remotamente pilotado (VARP) Phantom 4 PRO. As informações obtidas desses produtos foram integradas com dados morfológicos coletados em campo, bem como com a base cartográfica oficial do Estado do Rio Grande do Sul em escala de 1:25.000. O resultado da análise morfoestrutural revelou relevo com indícios de deformação tectônica, registrada por inúmeras anomalias, com destaque para: padrões de drenagem anômalos, como o treliça e subtipos; inflexões abruptas de canais formando ângulos de 90º; e lineamentos morfoestruturais. Duas fases deformacionais principais foram hierarquizadas: a primeira de direção NE-SW, compatível com estruturas tectônicas do Cenozoico Inferior da Bacia do Paraná; e a segunda de direção E-W, concordante com estruturas transcorrentes do Cenozoico Superior, formadas durante a abertura do Oceano Atlântico Sul. Além disso, ocorrem lineamentos morfoestruturais de direção N-S, que foram relacionados com compressão decorrente da colisão das placas de Nazca e Sulamericana.