Recebido em 1/2/06; aceito em 9/1/07; publicado na web em 2/7/07 REACTIVE OXYGEN AND NITROGEN SPECIES, ANTIOXIDANTS AND MARKERS OF OXIDATIVE DAMAGE IN HUMAN BLOOD: MAIN ANALYTICAL METHODS FOR THEIR DETERMINATION. We review here the chemistry of reactive oxygen and nitrogen species, their biological sources and targets; particularly, biomolecules implicated in the redox balance of the human blood, and appraise the analytical methods available for their detection and quantification. Those biomolecules are represented by the enzymatic antioxidant defense machinery, whereas coadjutant reducing protection is provided by several low molecular weight molecules. Biomolecules can be injured by RONS yielding a large repertoire of oxidized products, some of which can be taken as biomarkers of oxidative damage. Their reliable determination is of utmost interest for their potentiality in diagnosis, prevention and treatment of maladies. Keywords: biomarkers of oxidative stress; oxidative and nitrosative stress; antioxidants. INTRODUÇÃO O balanço redox em líquidos biológicos, organelas, células ou tecidos é determinado pela presença de pares redox responsáveis pelo fluxo de elétrons. Esses sofrem freqüentes interconversões entre o estado reduzido e o oxidado. Alguns desses pares redox são interligados ("redox cycling"), outros constituem sistemas redox independentes. O balanço redox, na célula, relaciona-se à soma dos produtos do potencial de redução e da capacidade redutora de uma série de pares redox, acoplados, presentes. A capacidade re-dutora pode ser estimada pela determinação da concentração de espécies reduzidas em um par redox e, o potencial de redução, pelo emprego da Equação de Nernst 1. Em termos matemáticos, isto pode ser representado por: onde E i é o potencial de redução da semi-célula para um dado par redox e [espécie reduzida] i é a concentração das espécies reduzi-das em um par redox. Mudanças no balanço redox de sistemas biológicos podem cau-sar o estresse oxidativo 1. A intensidade e patogenicidade destes desequilíbrios vão depender, naturalmente, das concentrações lo-cais de espécies pró e antioxidantes, das constantes de velocidade de reação com moléculas-alvo e da compartimentalização celular destes processos, em que fatores de solubilidade e difusibilidade são determinantes 2. ESTRESSE OXIDATIVO A produção de espécies reativas de oxigênio (ERO), de nitrogê-nio (ERN), entre outras espécies reativas, é parte integrante do me-tabolismo humano e é observada em diversas condições fisiológi-cas. ERO e ERN têm importante função biológica, como na fago-citose, fenômeno em que essas espécies são produzidas para elimi-nar o agente agressor. Por outro lado, quando sua produção é exacer-bada, o organismo dispõe de um eficiente sistema antioxidante que consegue controlar e restabelecer o equilíbrio. O estresse oxidativo resulta do desequilíbrio entre o sistema pró e antioxidante 1,3 , com predomínio dos oxidantes, com dano conseqüente (Figura 1). A cé-lula, unidade da vida, é uma verdadeira usina de pró e antioxidan...