Entre 2002 e 2015, o número de jovens ocupados diminuiu 19,98% enquanto o número de adultos ocupados aumentou 34,18%. O descompasso entre essas duas taxas está relacionado a um conjunto de fatores como o ciclo econômico, níveis de qualificação e decisões individuais de participação no mercado de trabalho. Além disso, variações na composição da demanda final e na utilização setorial de trabalho podem explicar a queda no emprego dos jovens, ponto vagamente explorado na literatura. Nesse contexto, o presente artigo examina as causas da variação do emprego dos jovens brasileiros utilizando uma Análise de Decomposição Estrutural. Para tanto, foram utilizadas as matrizes de insumo-produto estimadas a partir dos dados das Contas Nacionais e microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios para o período 2002-2015. Os resultados mostraram que os principais fatores explicativos da redução ocupacional de jovens no período foram a queda na participação relativa dos jovens, o aumento na produtividade geral do trabalho e a redução no grau de utilização da mão de obra juvenil. Por outro lado, os componentes da demanda final contribuíram positivamente para a variação do emprego desse grupo. O avanço no consumo das famílias foi responsável pela maior parte da criação de empregos para os jovens, seguido, em importância, pelo investimento, exportações e consumo do governo.