Objetivo: Realizar a avaliação de prescrições de oxigenoterapia de pacientes sob cuidados clínicos internados em um hospital de ensino de Sergipe. Métodos: Trata-se de um estudo transversal, descritivo, retrospectivo e quantitativo, no qual foram avaliados os prontuários e prescrições de 28 pacientes em uso de oxigênio (O2) internados entre os meses de março a junho de 2021. Os pacientes foram avaliados quanto à indicação de O2 e saturação de oxigênio (SatO2) inicial, e as prescrições quanto à inclusão do O2 na prescrição, saturação alvo, dispositivo de entrega do O2 e fluxo inicial ou concentração de O2 inicial inspirada. Após a coleta dos dados foi formado um painel de especialistas composto por pneumologista, fisioterapeutas e farmacêuticas para avaliar os achados e sugerirem intervenções a serem realizadas. Resultados: Dos pacientes avaliados, 89,3% tinham indicação de oxigenoterapia, mas 72,4% dos prontuários não apresentavam informação sobre SatO2 inicial. Da amostra analisada, 53,6% não tinham O2 prescrito, 75,0% não apresentavam meta de SatO2, 42,9% não apresentavam o dispositivo de entrega de O2, e 67,9% não continham o fluxo inicial ou concentração inspirada de O2 inicial. Além disso, o cateter nasal foi o dispositivo mais prescrito (85,2%). O painel de especialistas sugeriu nove intervenções para serem realizadas, que envolveram desde a realização de treinamentos com os profissionais envolvidos em todo o processo de uso do oxigênio medicinal, até a modificação do modelo de prescrição médica atual para atender aos requisitos necessários para uma prescrição de oxigênio adequada, com o intuito de promover a prática do uso racional de oxigênio e adequações no processo de trabalho. Conclusão: O estudo demonstrou que a maioria dos itens avaliados nas prescrições de oxigênio apresentavam não-conformidades diante das recomendações internacionais. Estes achados justificam a realização de intervenções junto à equipe assistencial.