As elevadas mudanças nas estruturas sociais e familiares, cada vez mais complexas, bem como a necessidade de novas práticas de inclusão social e de integração escolar vêm exigindo cada vez mais do professor. Essa realidade pode desenvolver estresse, ansiedade e até mesmo depressão nos docentes. É necessário alertar os educadores sobre os perigos que essas enfermidades podem apresentar, tanto na vida profissional quanto na vida pessoal, pois muitos desses profissionais são afastados justamente devido a essas doenças. Suspeita-se que indivíduos estressados estão mais propensos a desenvolver quadros depressivos, então este estudo verificou esta hipótese em professores da rede pública do sudoeste do Paraná. Foi realizado um estudo prospectivo, experimental e longitudinal, com o objetivo de detectar a percentagem de professores da rede pública que apresentam altos níveis de estresse e depressão e alertá-los sobre os problemas decorrentes destas patologias. Foram utilizados dois questionários validados de autopreenchimento para verificar a severidade de distúrbios psiquiátricos não psicóticos, relacionados ao estresse e depressão. Os escores obtidos a partir da somatória das questões respondidas pelos professores no questionário GHQ-12 e no Inventário de Beck foram analisados através dos testes de Kruskal-Wallis e quando possível por ANOVA de uma via, e foram considerados significantes quando o p < 0,05. Dos 106 professores participantes da pesquisa, 46,2% deles sofrem de algum nível de estresse psicossomático e 21,7% possuem características de depressão. Esses números demonstram a necessidade de uma maior visibilidade da questão e o auxílio a esses profissionais, procurando melhorar a qualidade de vida dessa categoria profissional.