Objetivo: Analisar a conformidade das prescrições de medicamentos de alta vigilância (MAV) para pacientes onco-hematológicos quanto aos requisitos de segurança do Protocolo de Prescrição, Uso e Administração de Medicamentos do Ministério da Saúde. Método: Trata-se de um estudo transversal, desenvolvido a partir de prescrições de MAV para pacientes onco-hematológicos em uma unidade de internação de clínica médica, de um hospital universitário na região Centro-Oeste do Brasil. As variáveis estudadas seguiram o preconizado no protocolo do Ministério da Saúde e os dados foram analisados por meio do software STATA 14.1. Resultados: Foram analisadas 57 prescrições. Um total de 659 medicamentos foram prescritos, dos quais 20,2% (n=133) eram MAV. Os MAV mais prescritos foram tramadol 21,0% (n=28), morfina 19,5% (n=26) e glicose 13,6% (n=18). Em relação às não conformidades, 88,0% (n=117) dos MAV apresentaram ao menos uma discordância em relação aos requisitos de segurança preconizados no protocolo do Ministério da Saúde. Medicamentos para atuação em nível de sistema nervoso central foram associados ao maior número de não conformidades. Ao todo, foram identificadas 266 não conformidades, dentre as quais, 18,4% (n=49) estava relacionada ao uso de expressões vagas, 16,2% (n=43) à ausência tempo de infusão e 11,8% (n=31) à presença de abreviaturas. Conclusão: As prescrições de MAV, em sua maioria, apresentaram não conformidades em relação ao protocolo do Ministério da Saúde, principalmente relacionadas ao uso de expressões vagas, omissão do tempo de infusão e uso de abreviaturas. Esses achados evidenciam a necessidade da melhora da qualidade das prescrições e da elaboração de estratégias para a interceptação de erros, como checklists e materiais informativos.