O presente artigo reflecte sobre o desenvolvimento de serviços e de profissionais de saúde mental sensíveis à cultura. A diversidade étnica da população nacional e internacional é uma realidade crescente, a qual exige uma resposta do ponto de vista dos serviços de saúde e promoção de bem-estar global dos indivíduos. A especificidade destas populações tem conduzido a uma subutilização dos serviços de apoio existentes, que não se encontram ajustados ao nível da sua competência intercultural. Apresentamos um projecto de investigação-acção sobre acesso dos imigrantes aos cuidados de saúde mental na infância desenvolvido na Suíça, bem como os principais objectivos de um projecto de investigação para o desenvolvimento de serviços sensíveis à cultura em Portugal. Discutimos a importância da investigação participada, que envolve e dá voz aos grupos étnicos minoritários e às suas experiências, necessidades e obstáculos no acesso e recurso à saúde psicológica. Finalmente, defendemos a importância de formação de profissionais, não como uma necessidade das minorias, mas de todos os indivíduos numa sociedade intercultural.