RESUMO: O periparto caracteriza-se por mudanças imunes e fisiológicas na glândula mamária das fêmeas bovinas, tornando-as mais susceptiveis às mastites. Este trabalho teve o objetivo de avaliar a fagocitose da bactéria Escherichia coli pelos fagócitos do sangue e do colostro de vacas hígidas da raça Holandesa. Amostras provenientes de 22 fêmeas, entre novilhas e vacas, foram obtidas durante a primeira ordenha pós-parto, para avaliação da fagocitose, em lamínula de vidro, após estímulo com E. coli. A proporção de fagócitos espraiados do sangue foi maior quando as células foram estimuladas com bactérias (p=0,003), no entanto a taxa de fagocitose foi baixa e semelhante à observada quando as células não foram estimuladas (p=0,299). No colostro, foram constatados maiores índices de fagocitose (p=0,001) e espraiamento (p=0,000) quando os fagócitos foram estimulados com E. coli. Comparando-se os resultados obtidos para o sangue e o colostro, verificou-se, no sangue, maior proporção de fagócitos não espraiados e que não apresentavam bactérias no seu interior, estimulados (p=0,000) ou não (p=0,002) com bactéria. Houve maior taxa de espraiamento nos fagócitos do colostro quando estimulados com E. coli (p=0,002). Não se viu diferença nos percentuais de fagocitose entre as amostras de sangue e colostro incubadas (p=0,478) ou não (p=0,071) com bactérias. Os resultados permitiram concluir que E. coli influenciou no espraiamento dos fagócitos do sangue e do colostro de fêmeas bovinas da raça Holandesa no período do pós-parto imediato e auxiliarão na compreensão dos mecanismos imunológicos ocorridos nesse período, considerado o de maior susceptibilidade das fêmeas bovinas às infecções.