O objetivo deste trabalho foi, através de uma revisão de literatura, identificar as principais alterações fisiológicas e comportamentais causadas pela programação fetal que afetam a saúde e o desempenho da progênie na vida pós-natal. Dentre os inúmeros fatores que alteram a formação fetal, a nutrição materna na gestação tem sido fortemente referenciada nas pesquisas recentes. A nutrição materna na gestação pode alterar de inúmeras formas a formação fetal, de forma que o feto se adapte o mais rapidamente possível ao ambiente uterino, sendo essas mudanças perceptíveis durante a vida adulta da progênie. De modo geral, a literatura sugere que a restrição materna na gestação pode promover mudanças fisiológicas e funcionais nos órgãos e tecidos do feto, preparando o organismo para sobreviver em ambientes desafiadores também na vida pós-natal. Além disso, indivíduos que experimentaram ambientes restritos durante a formação fetal, apresentam maior procura por alimento e comportamentos psicossociais alterados, tais como reações de medo, isolamento e reatividade. A maior eficiência produtiva e consequentemente menor idade de abate da progênie tem sido associada a melhor nutrição materna durante a gestação, uma vez que esses indivíduos possuem formação fetal adequada e, portanto, maior capacidade metabólica dos nutrientes em sistemas intensivos de produção que almejam o máximo desempenho animal.