Objetivo: Avaliar a custo-efetividade da empagliflozina adicionada ao cuidado usual para tratamento de diabetes mellitus tipo 2 (DM2) no cenário da saúde suplementar brasileira. Métodos: Foi utilizada simulação de eventos discretos, com dados de efetividade baseados no estudo EMPA-REG OUTCOME. Foram incluídos pacientes com DM2 e alto risco cardiovascular (histórico de cardiopatia isquêmica, acidente vascular cerebral ou doença vascular periférica). O horizonte temporal foi o tempo de vida; a taxa de desconto foi de 5% ao ano. Os dados de utilidade foram predominantemente de estudos brasileiros. Para estimar os custos de eventos/condições com diferença estatisticamente significativa no EMPA-REG OUTCOME (insuficiência cardíaca, diálise, morte cardiovascular), foi feita uma revisão sistemática, que identificou estudos com dados da saúde suplementar. O limiar de disposição a pagar utilizado foi 1 produto interno bruto (PIB) per capita (2017: R$ 31.587). Foram conduzidas análises de sensibilidade determinísticas e probabilísticas. Resultados: No caso-base, a empagliflozina gerou ganho de 0,66 ano de vida ajustado para qualidade (QALY) na comparação com o cuidado usual, com acréscimo de R$ 12.630 e relação de custo-efetividade incremental (RCEI) de R$ 18.895/QALY. Na análise determinística, nenhuma variação de parâmetro resultou em RCEI acima do limiar. A análise probabilística teve RCEI média de R$ 19.878/QALY (intervalo de credibilidade de 2,5% a 97,5%: R$ 5.237-R$ 36.451). Considerando 1 PIB per capita, 50% das simulações seriam custo-efetivas; para 2 PIB per capita, o percentual ultrapassaria 90%. Conclusão: Considerando o limiar de custo-efetividade adotado, de 1 PIB per capita, a empagliflozina se mostrou custo-efetiva em relação ao cuidado usual na perspectiva da saúde suplementar brasileira.