Diabetes mellitus não controlada: inércia vs adesão à terapêutica

Abstract

Introdução: Em Portugal, a taxa de não controlo dos pacientes com diabetes é de cerca de 35%. De entre as causas descritas como barreiras ao alcance dos objetivos no controlo dos doentes diabéticos salientam-se a inércia terapêutica e a má adesão à terapêutica. Objetivos: Calcular a proporção de utentes com diabetes mellitus (DM) não controlada na USF Garcia de Orta e analisar a distribuição dos valores da hemoglobina glicada (HbA1c). Calcular a proporção de má adesão e de inércia terapêutica nos pacientes não controlados e verificar possíveis fatores associados. Métodos: Estudo analítico transversal. População: pacientes diabéticos inscritos e vigiados na USF Garcia de Orta (N=988). Foi selecionada uma amostra aleatória simples, calculada para significância estatística de 0,05, taxa de controlo esperada de 40% e precisão de 4% (n=375). Resultados: A amostra ficou constituída por 367 doentes diabéticos com idade média de 70 anos, dos quais 52% eram homens. A proporção de doentes com DM não controlada foi de 38,1% [IC95% (33,3-43,2%)]. Para avaliar a adesão à terapêutica recorreu-se ao estudo deste último subgrupo (n=140). Verificou-se que 19,7% [IC95% (13,0-26,5%)] dos doentes não controlados têm má adesão à terapêutica e que esta está associada a piores valores de HbA1c. Para o estudo da inércia terapêutica foi analisado o subgrupo de doentes com dois valores consecutivos de HbA1c ³7% (n=114). A estimativa pontual da inércia terapêutica foi 39,5% [IC95% (33,5-43,2%)], valor este que é inferior para valores mais elevados de HbA1c. Para além dos valores de HbA1c não se encontrou associação estatisticamente significativa entre a adesão e a inércia terapêutica e as restantes variáveis estudadas. Conclusão: A má adesão e a inércia terapêutica constituem um obstáculo ao atingimento de taxas de controlo mais elevadas nos doentes com DM.

Therapeutic Inertia in Patients with Uncontrolled Type 2 Diabetes Mellitus

“…11,28 Other authors have not found an association with this study variable. 9,24,26 No association was observed with the other patient and healthcare professional variables, such as training in diabetes mellitus and length of service, which is similar to what has been reported in the literature, 9,16,23 but contrary to what was found in another study conducted in a primary care health center. 27 One of the limitations of this research was its design, as it is a crosssectional study, it is subject to possible selection bias, as those who came for medical advice may have been motivated by lack of economic resources or discomfort.…”

“…21 The frequency of therapeutic inertia observed in this study in both genders was higher than that reported by various authors at international and national levels. 9,16,[22][23][24][25][26][27] These differences may be explained by the nature of the population, the inclusion criteria used, the epidemiologic design, and the sample size.…”

Inercia terapéutica en pacientes con diabetes mellitus tipo 2 descontrolada

“…21 La frecuencia de inercia terapéutica observada en esta investigación para ambos sexos fue mayor a la referida por diversos autores a nivel internacional y nacional. 9,16,[22][23][24][25][26][27] Estas diferencias pueden ser explicadas por el tipo de población, los criterios de inclusión utilizados, el diseño epidemiológico y el tamaño de la muestra.…”

“…11,28 Otros autores no identificaron relación con dicha variable de estudio. 9,24,26 No se observó asociación con el resto de las variables del paciente y el personal médico como la capacitación recibida en temas relacionados con diabetes mellitus y su antigüedad laboral lo cual es similar a lo referido en la literatura, 9,16,23 pero contrario a lo encontrado en otro estudio realizado en un centro de salud de atención primaria. 27 Una de las limitaciones de esta investigación fue el diseño, al ser un estudio transversal está sujeto a posibles sesgos de selección, ya que quienes acudieron a consulta médica posiblemente fueron motivados por la falta de recursos económicos o malestares.…”