Diagnóstico das condições de saúde de uma comunidade garimpeira na região do Rio Tapajós, Itaituba, Pará, Brasil, 1992

Abstract

O objetivo do trabalho foi conhecer as condições de vida e de saúde de uma comunidade garimpeira e, particularmente, a superposição da contaminação Mércurial com outros agravos. Foi realizada no garimpo do igarapé do Rato, na bacia hidrográfica do rio Tapajós, Itaituba-Pará. A população abrangeu 223 indivíduos aos quais foi aplicado um questionário epidemiológico, e feito atendimento médico e coleta de espécimes biológicos. Na coproscopia, 96,1% indivíduos estavam parasitados e 66,4% anêmicos. A prevalência para o vírus da hepatite B ficou em 85,0%; 11 (6,0%) eram portadores do vírus. Dentre os pacientes investigados para malária, 35,0% (65) estavam com a doença e desses 52,3% (34) eram pacientes assintomáticos. A prevalência para sífilis foi de 41.6%. As dosagens de mercúrio em urina de 173 indivíduos revelaram 16 (9,2%) pacientes com dosagens maiores do que 10 ug/l e até 19 ug/l, enquanto que 9 pacientes (5,2%) do total investigado revelaram teores acima de 20 ug/l. O estudo revela indivíduos com superposição de agravos, sem diagnóstico adequado por falta de atendimento médico, praticando a automedicação, e, agora, vivendo a ameaça da intoxicação por mercúrio. Concluindo, o presente trabalho ofereceu apenas uma visão geral das condições de saúde encontradas na comunidade garimpeira estudada. Impossível, sob pena de alongar demasiadamente o artigo, detalhar todos os diversos aspectos que foram pesquisados, e que serão objeto de publicações futuras. Entretanto, essa visão geral atinge a finalidade de por em evidência a multicausalidade encontrada quando se precisa avaliar as condições de saúde na região amazônica, e que deve ser levada em consideração por ocasião do atendimento clínico e da administração terapêutica.

The Acre Project: the epidemiology of malaria and arthropod-borne virus infections in a rural Amazonian population

“…The prevalence is still far lower than in mining areas (17.3-35.0%) 15,16 and isolated riverine communities (16.9%) 17 in Amazonia. However, the use of more sensitive diagnostic methods than conventional microscopy could show a higher proportion of malaria-infected individuals, with or without symptoms 17,18 .…”

An overview of mercury contamination research in the Amazon basin with an emphasis on Brazil

“…In addition, few articles discussed the endemic diseases in the Amazon and their possible role as confounders in the assessment of toxic mercury effects, since the symptoms of mercury exposure and certain infectious diseases can overlap. The health risks of mercury exposure are not monitored by local health services, since health professionals are not trained to distinguish mercury toxicity in the context of the region's endemic diseases 68,69 . This may be one reason why toxic effects of mercury exposure are still not well documented in the Amazonian population.…”

Correlation between blood mercury levels in mothers and newborns in Itaituba, Pará State, Brazil

“…However, studies are needed that integrate information on the health conditions of these communities, including the prevalence of tropical diseases, in order to identify clinical symptoms associated with mercury exposure. A study in the Tapajós River Basin assessed the local population's health conditions 11 . The methodology included an epidemiological survey, clinical evaluation, and laboratory tests, besides assessment of metallic Hg exposure through urine and blood tests.…”

“…This situation was attributed to the fact that not all workers involved in gold-mining directly handle the burning of gold-mercury amalgam, and when they do, they prefer to work in open-air areas that minimize exposure to Hg vapor. The most worrisome situation observed in this area was the additional exposure to such diseases as malaria, hepatitis B, syphilis, and intestinal parasites and the precarious local living and working conditions and substandard sanitation 10,11 .…”