A hemólise é um dos interferentes que pode limitar os resultados de diversos exames bioquímicos. O presente estudo buscou avaliar a interferência da hemólise na confiabilidade de exames bioquímicos em procedimentos clínico-cirúrgicos na rotina hospitalar veterinária. A metodologia foi realizada de forma retrospectiva, a partir da análise dos prontuários de animais atendidos na Superintendência Unidade Hospitalar Veterinária (SUHVU) da Universidade Federal da Fronteira, Campus Realeza, Paraná. O período foi de janeiro de 2020 a dezembro de 2022, incluindo os resultados dos exames realizados no laboratório de Análises Clínicas Veterinária sendo eles: a determinação sérica de proteínas totais, albumina, alanina aminotransferase (ALT), aspartato aminotransferase (AST), fosfatase alcalina (FA), gama glutamil transferase (GGT), creatinina e ureia. Com base nos resultados dos bioquímicos, os animais foram divididos em três grupos de acordo com o grau de hemólise visualizada no soro: hemólise discreta (HD), hemólise moderada (HM) e hemólise intensa (HI). O grupo controle (GC) foi determinado pelos valores de referência dos bioquímicos conforme a espécie. Os dados foram tabulados em planilhas eletrônicas e analisados pelo teste de correlação Pearson (p). A hemólise predominante foi a discreta. Em caninos, independente do grau, não afetou os bioquímicos analisados em relação aos valores de referência das médias para a espécie. Isoladamente, a maioria das dosagens se elevaram. Em felinos, as alterações foram mais significativas em relação à média do grupo, sendo a FA a enzima com a maior variação, não condizente com a elevação da hemólise. Nenhum dos parâmetros teve correlação forte de interferência entre as hemólises, apenas moderada negativa e positiva na FA e ureia.