Diagnóstico tardio de Citomegalovirose em recém-nascido pré-termo, por carência de triagem no período gestacional: uma realidade do Brasil - Relato de Caso

Abstract

O citomegalovírus pertence à família do Herpes vírus, e está presente na maior parte da população. A citomegalovirose no período neonatal pode estar associada à transmissão intra-útero por via transplacentária, ou ainda, perinatal. No caso apresentado, destaca-se a demora no diagnóstico e na efetivação da conduta terapêutica visto que, no Brasil, o rastreamento de infecção por citomegalovírus em gestante não faz parte da rotina de pré-natal. O diagnóstico da citomegalovirose neonatal é obtido por meio da realização da cultura do vírus na urina entre o terceiro e o quinto dia de vida, ou ainda, pela realização da Reação em Cadeia de Polimerase. No relato de caso, o tratamento utilizado para a citomegalovirose baseou-se no uso de Ganciclovir (500 mg/10ml por via endovenosa durante três semanas). A dificuldade de estabelecer um diagnóstico precoce da citomegalovirose neonatal ainda representa um dos principais desafios para se alcançar um melhor prognóstico da doença.

Citomegalovírus Em Gestantes No Brasil - Revisão Narrativa

“…Com o intuito de sanar essa imprecisão, os estudos constatam que o teste de avidez tem sido uma possibilidade na identificação do tempo que decorre a infecção (MATOS, MEYER, LIMA, 2011;MELLI, 2018;FERREIRA et al, 2017;OLIVEIRA, 2011). Dessa forma, ocorrendo uma baixa avidez ao IgG, evidencia uma infecção recente, em torno de dois a quatro meses atrás, segundo Melli (2018) e 3 meses perante a literatura de Matos, Meyer, Lima (2011).…”

“…Coadjuvante aos exames sorológicos, marcadores observados por meio de imagens, como a ecografia, auxiliam no rastreio da infecção congênita. Nardozza, Filho (2018) apresenta-se corriqueiramente de forma assintomática, apenas 10 -15% dos neonatos apresentam sintomas, estes dados estão em consonância com outras pesquisas já publicadas a respeito do tema (MATOS, MEYER, LIMA, 2011;NARDOZZA, FILHO, 2018;FERREIRA et al, 2017;GRAÇA et al, 2003;MIURA, 2005).…”

“…A figura 2 mostra a frequência com que estes sinais são apontados nos trabalhos revisados. Ressalta-se que estas evidências clínicas podem estar ausentes ao nascimento, caracterizando como manifestações tardias, além do vírus poder ser adquirido durante a passagem pelo canal do parto ou por meio da amamentação (MATOS, MEYER, LIMA, 2011;FERREIRA et al, 2017;SILVA, 2016). A presente pesquisa encontrou algumas objeções em sua construção, pois há um número reduzido de estudos na área, e quando encontrados, os artigos são ultrapassados quanto a série histórica definida.…”