Artigos originais INTRODUÇÃOA psicanálise contemporânea está marcada por um pluralismo desconhecido em qualquer época anterior, e isto se estende às teorias da ação terapêutica. Não trabalhamos mais numa época em que a interpretação é vista como a exclusiva flecha terapêutica na aljava do analista. Ainda permanece pouco claro qual a função exata do insight, derrubado de seu antigo pedestal 1 , que se mantém entre o espectro dos mecanismos interpretativos e não interpretativos da ação terapêutica.Neste artigo fornecemos um breve panorama dos recentes progressos nas teorias psicanalíticas da ação terapêutica. Então, tentamos prover um esboço de uma visão mais ampla do que é, ou poderia ser, terapêutico.EVOLUINDO CONCEITOS DA AÇÃO TERAPÊUTICA Loewald foi de particular importância na transição a uma visão mais ampla da ação terapêutica. No seu seminal artigo de 1960, observou que o processo para a mudança está "assentado na mobilidade e não simplesmente nas habilidades técnicas do analista, mas pelo fato de que o analista se torna disponível para o desenvolvimento de um novo relacionamento objetal entre paciente e analista..." (p.224-5). Strachey 2 , de forma similar, prenunciou novas visões em seu clássico trabalho sobre a interpretação mutativa, na qual argumenta que o analista, como um novo objeto, é introjetado no superego do paciente e assim modifica sua crueldade (do superego).Na tentativa de caracterizar recentes tendências e controvérsias, chamamos a atenção para três temas que percorrem o discurso psicanalítico contemporâneo: 1) o enfraquecimento do debate "interpretação versus relacionamento" e o reconhecimento de múltiplos modos da ação terapêutica:2) a mudança de ênfase da reconstrução para as interações aqui-e-agora entre analista e paciente;3) a importância de ajustar o clima terapêu-tico.A preparação deste manuscrito foi apoiada em parte pelas bolsas MH 598685 e NH 60892 dos institutos nacionais de saúde mental dados segundo o autor.