A cafeicultura tem histórica relevância geopolítica e econômica no Brasil. O caminho técnico e químico da agricultura industrial passou por um desenvolvimento extraordinário, com a ajuda de enorme aparato, tanto da ciência quanto da indústria química e tecnológica. Entretanto, como consequência da agricultura industrial, ao longo do tempo, notou-se uma redução da renda por unidade de produto produzido, já que o produtor rural usualmente se depara com setores comerciais concentrados ou oligopolizados para a compra de seus insumos e precisa vender seus produtos com preços formados pela livre concorrência. Ademais, é evidente que, baseados em recursos finitos, nutrientes essenciais em algum momento não estarão mais disponíveis para a agricultura convencional. Este trabalho objetivou avaliar o comportamento dos solos, a produção de café e a qualidade de bebida após utilizar dois sistemas de adubação em lavoura cafeeira em Unaí, noroeste do estado de Minas Gerais, no Cerrado Brasileiro. No sistema convencional utilizou-se, como fonte convencionais de nutrientes (FCN), ureia, superfosfato simples e cloreto de potássio. O sistema de adubação utilizando fontes regionais de nutrientes (FRN) utilizou somente adubos produzidos na propriedade agrícola por meio da compostagem conjunta de resíduos orgânicos e rochas moídas. Esses dois sistemas de adubação foram praticados desde o plantio da lavoura até sua primeira colheita. A caracterização dos solos após a aplicação dos fertilizantes foi realizada através da Tecnologia Embrapa de Bioanálise de Solo. Após a colheita do experimento a bebida produzida foi avaliada segundo protocolo da Associação Americana de Cafés Especiais. O sistema de adubação com FRN, quando comparado com o FCN, alcançou melhor resultado na função de suprimento de nutrientes e obteve melhor qualidade de bebida.