Objetivo: identificar as possíveis anomalias neurobiológicas e epigenéticas, assim como os efeitos do trauma durante a infância na patogênese do Transtorno de Personalidade Borderline (TPB). Metodologia: para a revisão narrativa, utilizou-se a PubMed, Scielo, UpToDate como base de dados, no período entre 2010 e 2020, resultando em 688 artigos, dos quais 26, distintos por critérios de inclusão, serviram de base para este estudo. Resultados: em neurobiologia, anormalidades foram encontradas, entretanto os estudos não conseguiram comprovar se tais modificações originam o transtorno ou são decorrentes da psicopatologia, enquanto na genética metilações aberrantes de genes – candidatos ou por seleção genômica ampla (GWS)- podem estar ligados a etiologia do TPB. Por fim, a análise dos artigos acerca TPB e trauma infantil revelou que uma porcentagem significativa dos indivíduos com o transtorno sofreu abuso ou indiligência na infância. Considerações finais: a teoria que combina a neurobiologia, a epigenética e o ambiente se mostrou a mais plausível para explicar a etiologia do TPB. Dito isso, mais estudos devem ser realizados a fim de compreender tanto se esses achados são patognômicos do transtorno ou consequências dele, quanto as correlações anatômicas e funcionais, genéticas e ambientais para a patogênese do TPB.