Dimensões dos preconceitos e estigmas na Educação

Abstract

Este estudo tem como objetivo analisar as implicações dos estigmas e preconceitos na Educação na busca de compreender como esses conceitos se atualizam e reverberam em publicações científicas. Trata-se de uma revisão sistemática de literatura realizada em artigos científicos publicados de 2013 a 2021 na base de dados Redalyc e PsycINFO, considerando os artigos publicados nos idiomas inglês, português e espanhol, mediante uso dos descritores preconceito, estigma e vergonha na área da Educação e da Psicologia. De 873 artigos localizados, foram selecionados 44 para análise, com o auxílio do software Atlas Ti 5.2, divididos em quatro dimensões: cognitiva, afetiva, comportamental e institucional. Os resultados apontam para o automatismo de crenças em discursos morais que reforçam estereótipos, interferindo nas relações de afeto desencadeando afastamento ou reações de riso, nojo ou pena, bem como medo, silenciamento e angústia em quem sofre. Aumentam comportamentos agressivos e diminui o apoio social, sendo necessárias intervenções institucionais sistemáticas, de longa duração e participativas. Destaca-se, por fim, a necessidade de maiores estudos sobre o tema no campo da educação superior com a participação dos diversos sujeitos sociais.

As Licenciaturas E a Educação Inclusiva

“…Para Carvalho (2007), a Educação Inclusiva pode ser definida como a prática da inclusão de todos, independente de seu talento, deficiência, origem socioeconômica ou cultural. Ela se processa com a colaboração de todos dentro da escola, sejam direção, coordenação pedagógica, professores, alunos de maneira geral e os demais servidores da escola.…”

A Representação Social de Educação Inclusiva e a influência do processo formativo em cursos de licenciatura em Química de uma Universidade pública do Estado de São Paulo

“…A primeira ambiciona a escola como um ambiente democrático que atenda a todos os alunos, independentemente de sua cor, religião, condição socioeconômica, gênero, condição física ou qualquer outra característica. Baseada no princípio da diversidade, uma Educação Inclusiva visa trabalhar as especificidades de cada aluno (BRASIL, 2001b) valorizando o aprendiz como um ser histórico, político e social, enfim, como cidadão (CARVALHO, 2016;MACHADO;SIQUEIRA, 2018). Já a segunda é uma modalidade escolar que visa à garantia de recursos e serviços educacionais especiais, que complementem ou suplementem os serviços educacionais comuns, de modo que alunos público-alvo da Educação Especial tenham suas habilidades e potencialidades trabalhadas e alavancadas (BRASIL, 2008).…”

“…É indispensável que esses esclarecimentos sejam feitos, pois, de acordo com Carvalho (2016), muitos professores podem associar a Educação Inclusiva imediatamente com as pessoas com deficiência (e raramente com superdotados), mas nunca àqueles que possuem dificuldades de aprendizado, ou outras minorias excluídas, como negros, indígenas, refugiados etc.…”

“…Portanto, esse crescimento notável de matrículas no Ensino Médio reforça a necessidade de uma formação de professores de química, disciplina ministrada nesta etapa de ensino, que atenda às necessidades de todos.Esses dados indicam um importante efeito das políticas públicas no que se refere à presença de alunos público-alvo da Educação Especial nas escolas da Rede Básica (LIPPE; CAMARGO, 2016) e deixa evidente a necessidade de se pensar em formas de romper com as práticas de ensino habituais (CAMARGO; SILVA;VERASZTO, 2003) para uma verdadeira inclusão destes alunos.A inclusão deve ser pensada como um processo em permanente construção e, por isso, não deve se pensar nos membros da comunidade escolar como indivíduos fixos, acabados e estáticos (ALVES; CAMARGO, 2013), mas sim, indivíduos em constante aprendizado, que modificam a sociedade e são modificados por ela, desejando sempre que este movimento seja em prol de uma sociedade mais justa e democrática. ParaCarvalho (2016), um ambiente heterogêneo é benéfico para todos os envolvidos, ao ter oportunidade de conviver com as diferenças e desenvolver a solidariedade orgânica (Cf. Durkheim).…”

“…sobre Educação Inclusiva de futuros professores de química matriculados em uma Universidade pública do Estado de São Paulo, com dados constituídos em 2019, por meio do referencial teórico das Representações Sociais(MOSCOVICI, 2013). pode se apresentar de "formas dissimuladas porque simbólicas, mas presentes nas representações sociais acerca dos excluídos"(CARVALHO, 2016, p. 53).De acordo comCarvalho (2016), há poucos educadores que pesquisam sistematicamente, com uma metodologia adequada e com registros de dados a serem comparados com o que a literatura já tem a oferecer. De acordo com a autora, a Educação Inclusiva é uma área que merece ser pesquisada, a fim de investigar sua efetividade.…”