Esta carta apresenta reflexões sobre educação antirracista no ensino superior, a partir da narrativa do encontro de três pesquisadoras, duas autodeclaradas negras e uma branca, com trajetórias no campo da saúde e das ciências humanas. A narrativa é conduzida na primeira pessoa do plural, expressando a síntese das discussões empreendidas sobre esta temática vivenciada nas diferentes trajetórias de vida, dialogando com o feminismo negro interseccional, o transfeminismo e os estudos descoloniais. Problematiza-se o racismo vivenciado no âmbito universitário, a invisibilização das intelectualidades negras, assim como as opressões associadas à população negra além da violência racial, mas condicionadas a esta. Em consonância com o debate racial, aborda-se brevemente a transfobia, o capacitismo e o ouvintismo que cerceiam as pluralidades na expressão da negritude. Conclui-se a importância da educação antirracista como propulsora de novos projetos de sociedade e como recurso de (re)existência nas universidades brasileiras.