ResumoO processo de mudança do uso e ocupação do solo (UOS), com destaque para o desmatamento da Mata Atlântica, é um dos principais fatores que influenciam o fenômeno do aquecimento global, visto que significativas quantidades de carbono deixam de ser retidas e são liberadas na atmosfera. Esse processo vem sendo observado em quase toda a Zona Costeira brasileira, na qual está inserido o município de Lucena, no estado da Paraíba. Diante desta problemática, o presente estudo objetivou avaliar quantitativamente e espacialmente o estoque de carbono decorrente das mudanças do UOS, para os períodos pretéritos de 1994 a 2018 e futuros de 2030 e 2040, considerando as suas tendências de alteração em Lucena. Para isso foram integradas duas metodologias o LCM (Land Change Modeler) para simulação do UOS futuro e o CSS (Carbon Storage and Sequestration) para a quantificação do estoque de carbono. A análise preditiva realizada para os anos de 2030 e 2040 indicou uma tendência de crescimento da área urbana, destacando-se a ocupação ao longo da planície litorânea e na porção mais oriental do Tabuleiro Costeiro. Em sentido oposto, a Mata Atlântica é que apresenta a maior redução, estimando-se que até o ano de 2040 ocorra uma redução de 3% por ano, de forma que a cobertura florestal do munícipio corresponda a apenas 9,82% do seu território. Em relação ao estoque total de carbono a tendência é a redução da capacidade de retenção por hectare, estimando-se que até o ano de 2040 haverá uma redução de 48,04% do armazenamento observado no ano de 1994. Assim, pôde ser concluído que a diminuição do estoque de carbono em Lucena é fortemente influenciada pelo UOS e pelo desmatamento da Mata Atlântica.