A análise da cobertura do solo tem papel vital no planejamento e na administração dos recursos naturais, visando alcançar o desenvolvimento sustentável na região amazônica. Nesse contexto, objetivou-se com este trabalho, analisar a dinâmica espacial e temporal da cobertura do solo na microbacia e zona ripária do rio Karoline. A análise foi realizada por sensoriamento remoto, utilizando imagens dos satélites Landsat 5 (1984 e 2008) e Landsat 8 (2015 e 2023), e o software QGIS 2.10.1 (versão Pisa). A microbacia tem área de 5,64 km2, e está localizada nos municípios de Alta Floresta D’Oeste (83,13%) e Santa Luzia D’Oeste (16,87%). Em 1984, a cobertura do solo na microbacia era composta por floresta nativa (55,50%) e agropecuária (44,50%). A partir deste ano, ocorreu o aumento da área de agropecuária até 2023, passando a ocupar 84,04% da área total da microbacia, em contrapartida, ocorreu a redução da área de floresta nativa para 15,25% da área total. Com relação a área de água, foi detectada no ano de 2008 (0,02 km2) e atualmente (2023) tem 0,04 km2, esse aumento é decorrente da construção de reservatórios para piscicultura e dessedentação de animais. A dinâmica da cobertura do solo da zona ripária (1,14 km2) é semelhante a dinâmica da microbacia, e atualmente (2023) a cobertura do solo é formada por 72,81% de agropecuária, 24,56% de floresta nativa e 2,63% de espelho d’água. A região tem potencial para o desenvolvimento de atividades agropecuárias, contudo, a redução excessiva das áreas de floresta na microbacia e na zona ripária, 15,25% e 24,56% das respectivas áreas totais no ano de 2023, compromete os recursos hídricos e, consequentemente, a manutenção das atividades antrópicas e a conservação do ecossistema aquático. Para mitigar esse problema recomenda-se a adoção de estratégias integradas (ex: práticas conservacionistas e reflorestamentos com espécies nativas na zona ripária).