Discutiremos possibilidades metodológicas a partir da condução de uma dissertação de mestrado que se origina na interseção da pesquisa científica e da extensão universitária, sem que uma se sobreponha à outra. Propomos uma torção dos paradigmas científicos, abrindo novas possibilidades de escrita e explorando metodologias de ação e intervenção que incorporam as narrativas, saberes, cosmologias, cosmovisões, tradições, singularidades e especificidades dos povos tradicionais que residem em contextos rurais afetados por megaempreendimentos. Optamos pela artesania literária, como uma via para descolonizar as produções acadêmicas e a construção do conhecimento. Nesse processo, dialogamos com o conceito de "Escrevivência", como um recurso metodológico na produção do conhecimento. Para abordar a questão suleadora da dissertação, utilizamos a "Cartografia Clínica" em sua dimensão interventiva, além dos "Diários de Bordo" para documentar e narrar as experiências no território. Nosso percurso metodológico privilegiou a co-construção do conhecimento por meio do diálogo entre saberes tradicionais e acadêmicos, o que oportuniza à Psicologia a elaboração de metodologias e referências com uma atenção especial às ruralidades afetadas por megaempreendimentos, com base no conhecimento compartilhado com camponesas.