O descarte irregular de lixo em ambientes marinhos ou terrestres, a contaminação ambiental, a urbanização desenfreada e o trânsito de veículos automotores na faixa de areia representam riscos à vida e à saúde de seres humanos e animais marinhos. Este estudo teve como objetivo quantificar e classificar os resíduos marinhos antropogênicos encalhados na praia, além de identificar qualitativamente outras fontes de perturbações antrópicas no litoral sul de Aracaju (Sergipe, Brasil). Os resultados apontam para o aumento de 229,8% no volume de resíduos sólidos antropogênicos na faixa de areia em período sem restrições de acesso relacionados à pandemia de covid-19, quando comparado a um período com acesso restrito à praia. Os resíduos plásticos representaram 88,6% do volume total de lixo marinho e as atividades de turismo e recreação nas praias foram as principais fontes de descarte. Outros impactos antrópicos relacionados a comportamentos sociais foram identificados, como o tráfego de veículos automotores nas praias e as ações ineficientes de serviços públicos que colaboraram para o acúmulo de resíduos sólidos na área costeira. Todos os registros mapeados têm em comum atos de desordem que geram a percepção de deterioração e de ausência de leis, normalizando comportamentos nocivos de grande impacto na degradação do ecossistema marinho.
Palavras-chave: resíduos antropogênicos, poluição marinha, lixo marinho, região Nordeste do Brasil, poluição por plásticos