A educação formal no Brasil foi estabelecida de modo a favorecer determinados grupos sociais em detrimento de outros, fomentando a desigualdade social a partir do racismo desde o período do Brasil Colônia. Assim, mesmo após a promulgação da primeira Constituição Brasileira, pessoas pretas, pardas e indígenas passam por diferentes processos de exclusão e invisibilização das suas crenças, costumes e línguas, inclusive no ambiente escolar que reproduz padrões socialmente construídos pelas culturas dominantes. Ao se pensar o ensino de língua inglesa no Brasil, as marcas do colonialismo e da colonialidade estão presentes nas aulas e nos materiais didáticos que reforçam estereótipos e preconceitos através da supervalorização da cultura, de padrões estéticos e variantes linguísticas euro-anglocêntricas. O presente artigo propõe discutir o ensino de língua inglesa sob uma perspectiva antirracista e decolonial. Neste sentido, apresentamos alguns fatos históricos sobre o racismo na educação brasileira, bem como evidências do racismo na educação contemporânea e, por fim, discutimos possibilidades para a desconstrução de estruturas racistas no ensino de língua inglesa. Para embasar nossa pesquisa, contamos com a contribuição de autores como Césaire (2020), Ferreira (2017), hooks (2018), Nascimento (2019), et alia.
[Recebido em: 20 nov. 2022 – Aceito em: 15 dez. 2022]