Objetivo: analisar o impacto das alterações morfofuncionais na mastigação de idosos senescentes. Metodologia: Os idosos senescentes funcionalmente independentes passaram por uma entrevista que abordava os aspectos respiratórios, alimentares e hábitos orais, além de uma avaliação das características morfológicas, postura, tonicidade, mobilidade e funções do sistema estomatognático. Os dados foram armazenados no software e-myo. Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa e realizada entre 2017 e 2019. Resultados: participaram 85 indivíduos, sendo maior parte do sexo feminino com idade entre 60-79 anos. A maioria apresentou alteração na mastigação com frequente presença de mais de uma característica em um mesmo voluntário. O ritmo mastigatório tende a ficar lentificado e as compensações são frequentes devido às alterações anatômicas e condições dentárias dos voluntários. Foi frequente o uso aumentado da musculatura perioral e movimentos verticalizados de mandíbula durante a execução da função pelos longevos. A diminuição da mobilidade de língua teve influência na função mastigatória, divergente da tonicidade, tornando pertinente o uso de exercícios isotônicos. Entretanto, a autopercepção deste público, muitas vezes, não condiz com as condições apresentadas, sendo necessário um cuidado maior por parte dos profissionais. Conclusão: a perda de mais de vinte dentes, a mobilidade de língua diminuída e a participação aumentada da musculatura perioral influenciaram nas alterações de mastigação da amostra estudada.