“…Desde pelo menos o início deste século tem surgido uma ampla literatura sobre o uso de aplicativos na administração pública no contexto da governança digital (LIMA, 2017;ARAUJO;LEMOS, 2018;ARAUJO, 2019;MATOS, 2020), com uma série de novos temas emergindo na reflexão sobre governo digital, tais como smart cities, governo móvel, inteligência artificial, big data, entre outros. Mais recentemente, devido especialmente à difusão pervasiva das ferramentas digitais de telefonia móvel em diversas partes do mundo, estudos recentes mostram a permanência e o crescente interesse sobre o tema dos aplicativos móveis governamentais nesse novo contexto, com importância crescente na administração pública brasileira, não obstante o tema ser objeto de análise sistemática há algum tempo na literatura internacional (BAL; BIRICK; SARI, 2015;DAUBS;MANZEROLLE, 2016;ARAUJO, 2019;MATOS, 2020) Sabe-se que o Brasil está entre os países onde mais se gasta tempo no celular diariamente (média de três horas e 45 minutos, acima da internacional), à frente do Japão, Canadá, Estados Unidos e Reino Unido, e usuários brasileiros aumentaram em 40% o volume de downloads de aplicativos entre 2016 e 2019, segundo dados recentes do relatório App Annie (APP ANNIE, 2020). Entretanto, a despeito dessa crescente difusão, deve-se observar que o país ainda apresenta cenário de exclusão digital, em que a população mais vulnerável economicamente usa mais o celular do que a banda larga.…”