A literatura aponta ausência de instrumentos específicos para avaliação clínica e pesquisa direcionada a pessoas com amputação, sendo a escala TAPES-R relevante para análise dos aspectos psicossociais nessa população. Esta escala foi desenvolvida para avaliar os processos envolvidos na adaptação à amputação de membros inferiores e à prótese. Este instrumento abrange 33 itens organizados em três domínios - ajustamento psicossocial, restrição de atividade e satisfação com prótese, além de questões relacionadas com a dor do membro fantasma e do membro residual. Objetivo: Realizar adaptação transcultural da escala TAPES-R para aplicação na população brasileira. Método: A adaptação transcultural foi realizada em cinco etapas: tradução, tradução reversa, síntese das avaliações, avaliação por comitê de especialistas e teste final na população. Foi realizada a comparação entre as versões original e traduzida em relação às equivalências semântica, idiomática, cultural e conceitual. A versão final foi aplicada em 116 sujeitos amputados de membros inferiores. Resultados: Houve clareza quanto à compreensão do instrumento pelos participantes, indicando que o mesmo esteja apropriado à realidade do público-alvo na população brasileira. Amputação acima de joelho e tempo de uso da prótese abaixo de 10 horas/dia estão associados a pior ajustamento e menor satisfação com a prótese. Conclusão: O uso da escala TAPES-R permitiu avaliar a percepção dos indivíduos acerca da experiência com a amputação e prótese, possibilitando o uso clínico para avaliação de resultados voltados para a reabilitação de pacientes com amputação de membro inferiores. Serão desenvolvidos novos estudos para a continuidade de validação do instrumento.