Distribuição e abundância de mamíferos neotropicais não voadores de pequeno porte em paisagem silvicultural da bacia do Alto Paranapanema, São Paulo, Brasil

Abstract

Dedico este trabalho aos meus pais, José e Helena, que sempre apoiaram e incentivaram os meus estudos. Dedico também ao meu querido PedroHenrique por toda atenção, apoio, incentivo e amor. Eucalyptus plantations currently cover 4.5 million hectares of Brazilian territory. This forestry is expanding mainly over areas of extensive livestock production. The effects of the replacement of pastures by eucalyptus plantations on the distribution of small mammals are still unknown. In this context, this study aimed at to identify the distribution pattern and abundance of small mammals in an area where recently cattle pastures were converted into eucalyptus plantations. This study was carried out at Fazenda Três Lagoas and Fazenda Arca in the municipality of Angatuba, located in the Upper Paranapanema river basin, between August 2007 and July 2009. The small mammals' survey was carried out with pitfall traps distributed in 30 sampling units. Fourteen species of orders Didelphimorphia and Rodentia were captured. The abandoned pasture and the native vegetation presented a higher abundance and species richness in relation to the eucalyptus plantations. The taxocenosis of small mammals in this silvicultural landscape resembles those found in other agricultural landscapes. These results together and the current land use trend suggest that eucalyptus plantations can be relatively to small mammals. However, the remnants of native vegetation in silvicultural landscapes are essential to the conservation of these species. Os mamíferos não voadores de pequeno porte (roedores e marsupiais com massa inferior a 1,5 kg) possuem um vasto leque de estratégias locomotoras e de forrageamento, pequena área de vida e especificidade do uso de micro habitats, aliado à sensibilidade às modificações no ambiente. Isto faz deles um excelente objeto de estudo sobre os impactos de ações antrópicas associadas à mudança do uso da terra (BELLOWS et al., 2001;MALCOLM, 1995;PARDINI et al., 2005, PARDINI;PIRES et al., 2002;VIEIRA et al., 2005). CÁCERES et al., 2002; CARVALHO et al., 2005; CASTELLARINI et al., 2003; MACEDO et al., 2010;BONATO, 2004;MARTINS et al., 2006; LEINER; SILVA, 2007;LESSA; COSTA, 2010;TALAMONI et al., 2008 Mendoza, v.13, n.1, p. 11-19, 2006. CÁCERES, N.C. Diet of three didelphid marsupials (Mammalia, Didelphimorphia) in Southern Brazil. Mammalian Biology, Jena, v.69, n.6, p. 430-433, 2004. CÁCERES, N.C.; GHIZONI-JR, I.R.; GRAIPEL, M.E. Diet of two marsupials Lutreolina crassicaudata and Micoureos demerarae, in coastal Atlantic Forest island of Brazil. Mammalia, Paris, v.66, n.3, p. 331-340, 2002. MARTINS, E.G.; BONATO, V.; PINHEIRO, H.P.; REIS, S.F. Diet of the gracile mouse opossum (Gracilinanus microtarsus) (Didelphimorphia: Didelphidae) in a Brazilian Cerrado: patterns of food consumption and intrapopulation variation.

Agentes infecciosos e dieta de carnívoros domésticos e silvestres em área de silvicultura do Alto Paranapanema: implicações para a conservação

“…As paisagens são modificadas com a conversão da cobertura do solo por atividades economicamente vantajosas para a manutenção do estilo de vida e do número populacional humano -em sua maioria monoculturas homogêneas (MATSON et al, 1997) -o que gera mudança das matrizes e, com isso, modifica os recursos disponíveis na paisagem e afeta a movimentação das espécies entre os fragmentos de vegetação nativa (DALE et al, 2000). Consequentemente, há mudanças na estrutura das comunidades (MARTIN, 2010; LOPES, 2010) e cada paisagem, desta forma, é capaz de suportar somente certas espécies. Devido aos escassos estudos realizados em paisagens antrópicas, sabe-se pouco a respeito de quais impactos as mudanças ambientais têm sobre as espécies silvestres e, além disso, sobre quais destas espécies sobrevivem e coexistem nesses ambientes (por exemplo SAUNDERS et al, 1991; ANDRÉN, 1994; MACLEOD et al, 2008; POLASKY et al, 2005; FRANKLIN, 1993; HANSEN et al, 1993; MILLER, 1996; REID, 1996, CHAPIN et al, 1998 DAILY et al, 2003 ROSENZWEIG, 2003.…”

“…Todavia, esse canídeo parece se deslocar, preferencialmente, nos aceiros 19 próximos à vegetação nativa e aos corpos de água MANTOVANI et al, 2007), o que pode demonstrar que seu deslocamento pela paisagem está atrelado à vegetação nativa (DIETZ, 1984;MANTOVANI et al, 2007). Além da maior proteção oferecida pela vegetação mais fechada, seu deslocamento pode ser influenciado pela maior disponibilidade de alimento nesses locais, como a lobeira -que é o principal fruto consumido e que exige muita luminosidade (RODRIGUES, 2002) e localiza-se nas bordas dos remanescentes nos pastos em regeneração -e a uma maior diversidade e riqueza de pequenos mamíferos em relação aos eucaliptais (MARTIN, 2010).…”

“…Consequentemente, há mudanças na estrutura das comunidades (MARTIN, 2010;LOPES, 2010) e cada paisagem, desta forma, é capaz de suportar somente certas espécies. Devido aos escassos estudos realizados em paisagens antrópicas, sabe-se pouco a respeito de quais impactos as mudanças ambientais têm sobre as espécies silvestres e, além disso, sobre quais destas espécies sobrevivem e coexistem nesses ambientes (por exemplo SAUNDERS et al, 1991;ANDRÉN, 1994;MACLEOD et al, 2008;POLASKY et al, 2005;FRANKLIN, 1993;HANSEN et al, 1993;MILLER, 1996;REID, 1996, CHAPIN et al, 1998DAILY et al, 2003ROSENZWEIG, 2003.…”

“…, por exemplo, compilou estudos de diferentes países que mostram o uso da matriz pela fauna, dentre eles o uso de plantações de café no México (MOGUEL; TOLEDO, 1999), de plantações de banana e coco na Costa Rica (HARVEY et al, 2006), de agricultura de subsistência no Nepal (ACHARYA, 2006) e de plantações de cacau no Brasil (FARIA et al, 2006;SCHROTH et al 2011). No Brasil, outros autores também verificaram a presença de vertebrados em ambientes de matriz como aves (PENTEADO, 2005), répteis e anfíbios (LOPES, 2010); pequenos mamíferos (GHELER-COSTA, 2006;UMETSU et al, 2008;MARTIN, 2010) e mamíferos de médio e grande porte (DOTTA, 2005;CAMPOS 2009). Os estudos ainda são incipientes e a pesquisa desenvolvida é escassa, o que projeta um conhecimento insuficiente do uso dessas áreas pelas espécies silvestres (MACLEOD et al, 2008).…”

A interface entre pequenos mamíferos silvestres e animais domésticos em área fragmentada do alto Paranapanema, estado de São Paulo, Brasil

“…A cerca-guia foi enterrada 10 cm no solo, passando pelo interior dos baldes, sendo mantida em posição vertical por estacas de madeira fixadas por grampos metálicos. Os baldes possuíam orifícios para a drenagem da água pluvial e no interior de cada um deles havia um pequeno recipiente com água e uma pequena placa de isopor para evitar, respectivamente, desidratação e afogamento dos animais capturados (MARTIN, 2010).…”