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Resumo:Este artigo analisa os jogos de memórias e expectativas observados entre intelectuais e portugueses e brasileiros que manifestaram apreensões relativas a uma putativa ligação luso-brasileira. Nossas reflexões situam-se em dois momentos históricos precisos: a proclamação da República no Brasil (1889) e a realização da 1ª Exposição Colonial do Porto (1934). Para além da importância dos eventos em si, interessa-se pela dimensão da crispação de memórias
Revista de História das IdeiasVol. 35. 2ª série (2017) https://doi.org/10.14195/2183-8925_35_7
Revista de História das Ideias
168projetivas sobre uma pretensa marca da lusitanidade na América e na África. Nos dois momentos destaca-se a questão da unidade territorial relacionada às hermenêuticas identitárias. O temor da perda de unidade em escala americana, no final do XIX, ou em seus desdobramentos em escala africana, no século XX, buliam na compreensão sobre dada «lusitanidade». A fronteira, como conceito, revela-se um mecanismo de aglutinação de expectativas que interpela diferentes dimensões escalares de referência (Europa, América e África), sendo elemento constituidor do preenchimento contextual e discursivo das identidades nacionais.
Palavras-chave:Relações Luso-Brasileiras, Fronteira, Memórias Coletivas, Identidades Nacionais, Estudos Culturais.
Abstract:This paper analyses the memory and expectation games observed between Portuguese and Brazilian intellectuals in observance of their apprehension linked to a putative luso-brazilian relationship. It is focused on two specific historical contexts: the Brazilian Republic Proclamation (1889) and the First Colonial Exposition in Porto (1934). Beyond the importance of those events, it is interested on the dimensions of the tightening of memories projected about the future of the Lusitanian brand in America and Africa. In both cases, the land unity related to the identity hermeneutics stands out. The fear of lack of unity in American scale, in XIX century, or the fear of its unfolding in Africa in the future, in XX century, touches the understanding of the Lusitanianness. The frontier, as a concept, reveals itself as a machinery that condensate expectations and requests different scales and dimensions (Europe, America, Africa) in a contextua...