Essa pesquisa tem como objetivo promover uma reflexão sobre o corpo da mulher no discurso médico e compreender a violência obstétrica a partir do sistema conceitual de Michel Foucault, especialmente nas suas obras Vigiar e Punir e Microfísica do Poder. Para isso, essa pesquisa parte da seguinte pergunta de pesquisa: Quais são os impactos da violência obstétrica na saúde mental da mulher, considerando o contexto social, cultural e institucional que legitima práticas de subordinação e medicalização do corpo feminino? Para responde-la, essa pesquisa foi realizada a partir de uma revisão bibliográfica e de pesquisa de dados recentes sobre a violência obstétrica no Brasil. Assim, temos como objetivo geral analisar, por meio de uma revisão bibliográfica, os impactos da violência obstétrica na saúde mental da mulher, relacionando-os com as dinâmicas de poder e controle exercidas pelas instituições médico-hospitalares. Ainda, definimos dois objetivos específicos, que são identificar, na literatura científica, como o biopoder e os regimes de verdade presentes no discurso médico contribuem para práticas de violência obstétrica e seus reflexos na subjetividade feminina e discutir os desdobramentos psicológicos da desconexão da mulher com seu corpo durante a gestação e o parto, promovida pela medicalização e patologização do processo, conforme relatado em estudos revisados. Ao final, mostraremos que a violência obstétrica é institucionalizada no Brasil e legitimada por um regime de verdade que confere monopólio ao discurso médico sobre o corpo da mulher grávida, retirando-lhe a dignidade e trazendo sofrimento psíquico quando esta não é mais capaz de tomar decisões sobre seu corpo.