O objetivo foi analisar os estereótipos femininos nas organizações como forma de aceitação pelo staff em decorrência dos moldes masculinos, em uma abordagem pós-estruturalista e articular as ambivalências existentes entre estudos organizacionais com relações de trabalho. Foi utilizado como método a revisão de literatura narrativa. Aponta-se a necessidade de maior articulação na academia e na sociedade em relação ao papel feminino nas organizações e reconstrução dos moldes ditatoriais da gerência científica. Percebe-se a baixa representatividade de outros atores sociais, como os chamados excluídos, visando ampliar o debate e repensar mudanças no contexto organizacional, maior entrosamento entre os estudos organizacionais e relações de trabalho, permitindo o desenvolvimento de relações sociais mais fluídas, considerando as particularidades e singularidades inerentes a cada ser humano no ambiente organizacional. Enfatiza-se que as relações de poder nas organizações podem ser dinâmicas e fluídas, não reforçando a masculinidade hegemônica que é tradicional nas organizações. Palavras chave: Gênero. Estereótipo. Gestão de pessoas. Capital humano. Pós-estruturalismo.
IntroduçãoO estudo tem como proposta discorrer sobre a situação das mulheres, principalmente no Brasil, no contexto do trabalho para se desvencilhar do modelo heterossexual hegemônico nas posições ocupacionais de maior poder. Percebe-se a falta de entrelaçamento entre os estudos organizacionais e a gestão de pessoas no quesito relações de trabalho. A sintonização destas duas áreas de estudo ressalta a situação da mulher nas organizações, tanto na esfera pública e privada, que ainda padece da transversalidade do machismo ocidental dentro da lógica capitalista, bem transparente na administração, com a pequena participação de grupos considerados minoritários em determinadas áreas, como mulheres e negros. Bem como, robustecer os laços com os pesquisadores latino-americanos, mantendo uma conexão sul-sul e não somente norte-sul, iniciando com citações destes pesquisadores.Nos estudos organizacionais, apropriando-se da análise de Foucault talha como prioridade as questões trabalhistas como relações de poder e não somente a produção, pois os laços que constituem o sujeito no contexto sócio-histórico-organizacional, como o tempo e espaço das tecnologias de gerenciamento é o lugar em que o sujeito vive, transpira , respira, cria e discursa; e onde ocorre em muitas situações o agenciamento de singularidades que o pesquisador precisa se ater (DeSouza, Machado & Bianco, 2008, Souza, 2014.