Os acordos comerciais são ferramentas de fomento ao comércio internacional que vêm sendo utilizadas pelos países desde o fim da Segunda Guerra Mundial. A expansão dessas relações ocorreu durante as décadas de 1980 e 1990, em que várias relações bilaterais e multilaterais se mostraram eficazes em integrar e aproximar comercialmente os membros. Na América do Sul, os países seguiram políticas comerciais diferentes, alguns se organizaram em blocos regionais como MERCOSUL ou Comunidade Andina, enquanto outros buscaram abertura comercial através de relações bilaterais como Chile e Colômbia. Este estudo quantificou os efeitos gerados sobre o comércio pelos acordos formados pelos países sul-americanos. Utilizou-se como método uma versão estrutural do modelo gravitacional com efeitos fixos. Para verificar o impacto exercido, foi montado um painel com quarenta anos de comércio, abrangendo o período 1980 – 2020, para uma amostra de 86 países. Os resultados indicaram que Chile, Colômbia e Peru, que possuem política comercial direcionada a formação de mais acordos comerciais, principalmente com países de fora da região, apresentaram melhores resultados nos efeitos gerais e individuais. O Mercosul se mostrou eficiente no fomento ao comércio dos membros, com maiores benefícios para o Paraguai e Uruguai. O bloco segue exercendo impacto no comércio dos membros mesmo após 30 anos de seu início. Em relação à duração dos acordos, aqueles formados com outros países em desenvolvimento mostraram efeitos mais duradouros. Foi testada a possibilidade de criação ou desvio de comércio gerada pelos acordos da região e pode ser constatado que a maioria deles fomentou as relações a partir da criação de comércio. No que tange aos setores produtivos afetados pelos acordos, os que sofreram impacto positivo foram relacionados aos produtos agropecuários e minerais, confirmando a especialização dos países da região em produtos de menor valor agregado. Palavras-chave: Acordos Comerciais. América do Sul. Comércio Internacional.