ResumoA violência contra a mulher é um fenômeno que causa danos enormes à vida das vítimas. As agressões afetam diretamente a saúde mental das mulheres e, consequentemente, seu capital humano. O capital humano, por sua vez, afeta a produtividade. Nesse contexto, objetivo desta dissertação é analisar a violência contra a mulher e sua relação com as condições socioeconômicas em dois sentidos. Primeiro, analisa-se as consequências econômicas da depressão no rendimento do trabalho feminino, utilizando os dados da PNAD 2008 e seu Suplemento Especial de Saúde. Nesse estudo, a ocorrência de violência serviu como variável instrumental para a presença de depressão na mulher. Segundo, investiga-se como as características socioeconômicas e o gasto público dos estados brasileiros afetam a ocorrência de estupros, com foco na dinâmica desse crimee. Utiliza-se um painel de dados estaduais de 2009 a 2014. No primeiro ensaio, os resultados da estimação IV-GMM com correção do viés de seleção pelo procedimento de Heckman indicam que a depressão reduz os rendimentos das mulheres em torno de 8 a 22%. No segundo, os resultados da estimação SYS GMM não indicaram impacto claro da inércia na determinação das taxas de estupro, possivelmente devido ao tamanho reduzido do painel.