A doença de Chagas é uma patologia causada pelo protozoário flagelado Trypanosoma cruzi, cujo curso tende a cronificação. Clinicamente, a doença de Chagas apresenta duas fases: aguda e crônica. Em sua fase aguda o infectado apresenta o Chagoma de Inoculação -sinal de Romanã, além de manifestações inespecíficas como febre, astenia, inapetência e cefaleia. Quando a doença se cronifica o paciente pode permanecer assintomático por anos, contudo, evolui com complicações nos sistemas cardiovascular (cardiomegalia) e digestivo (megaesôfago e megacolon chagásico). O presente estudo objetivou analisar a etiopatogenia da cardiomiopatia chagásica, bem como suas abordagens diagnósticas e terapêuticas. Nessa ótica, o estudo tratou-se de uma revisão bibliográfica realizada na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e Scientific Eletronic Library Online (SciELO), em que foram utilizados 30 estudos selecionados mediantes de critérios de inclusão (texto completo disponível para consulta, idioma inglês e português) e critérios de exclusão (fuga ao tema e fora do recorte temporal 2015 a 2021). Os estudos foram compilados e após sua análise foram distribuídos em categorias temáticas conforme a ideia principal expressa. As principais manifestações clínicas referentes a doença de chagas são: febre, cefaleia, mialgia, astenia, edema de face ou membros inferiores, rash cutâneo, hipertrofia de linfonodos, hepatomegalia, esplenomegalia, ascite. Foi averiguado que os exames diagnósticos como sorologia para Trypanossoma cruzi, eletrocardiograma e ressonância magnética foram os mais relevantes para o seguimento de pacientes portadores de cardiomiopatia chagásica. Quanto a terapêutica, o transplante cardíaco e o transplante de células da medula óssea apresentaram resultados eficazes para o tratamento, no entanto a terapia medicamentosa com benzonidazol não mostrou efetividade contra cardiopatia chagásica crônica. Os estudos compilados evidenciaram que a terapêutica medicamentosa não possui resultados relevantes para o tratamento da cardiomegalia chagásica, apenas os transplantes cardíaco e do tecido medular. Além disso, foi averiguado que ainda há escassez de pesquisas na área, uma vez que a doença, por atingir populações negligenciadas, não representa interesse de pesquisa das indústrias farmacêuticas, nem desperta interesse da comunidade científica. Logo, faz-se necessário fomentar estudos sobre diferentes terapêuticas da doença de Chagas, visto que esta, ainda é endêmica no território brasileiro e ainda representa grande causa de morbimortalidade da população.