As doenças inflamatórias intestinais (DII), são caracterizadas como distúrbios inflamatórios complexos que acontecem a longo prazo e afetam principalmente indivíduos geneticamente predispostos. As DII consistem em um grupo de patologias heterogêneas de entidades clinicas que acometem o trato gastrointestinal, devido a infecções por bactéria, vírus, protozoário, isquemia, radiação e também de forma idiopática, sendo os principais representantes a doença de crohn (DC) e a colite ulcerativa (CU). Desta forma, devido ao crescimento dos casos por DII, este estudo tem como objetivo analisar a ocorrência de internações e o perfil epidemiológico dos pacientes com doença de crohn e colite ulcerativa no Brasil, entre os meses de janeiro a julho de 2023. Trata-se de um estudo epidemiológico do tipo descritivo, com abordagem quantitativa. Coletou-se dados do Departamento de Informática do Sistema único de Saúde (DATASUS), selecionou-se como cenário de estudo o Brasil, sendo os dados distribuídos por região, foram selecionadas as seguintes variáveis: internações, sexo (masculino e feminino), caráter de atendimento, faixa etária (< 1 ano à ≥ 80 anos), média de permanência e custos hospitalares. Os dados aqui apresentados foram coletados em agosto de 2023. A tabulação e análise descritiva dos dados aconteceram no mesmo período da coleta, por meio do programa Microsoft Office Excel (Microsoft©, 2013). Os cálculos foram feitos por meio de frequência absoluta e relativa. Foram notificadas 3.701 internações no SUS por doença de crohn e colite ulcerativa no Brasil. A região sudeste possui o maior percentual de casos com 46,6% (n=1.726), seguido da região nordeste e sul, com 26,3% (n=974) e 16,3% (n=604), respectivamente. A população feminina demonstrou maior incidência de hospitalizações, correspondendo a um percentual de 52,1%. Com relação ao caráter de atendimento, 76,1% das internações foram de urgência e 23,9% foram eletivas. Ocorre o ápice na faixa etária dos 20 a 29 anos de idade (n=605), logo em seguida observa-se a faixa etária dos 30 a 39 anos (n=577) e 40 a 49 anos (n=562). A região sul apresenta maior média de permanência hospitalar de 7,5 dias. A DC e a CU ocasionaram um impacto de 3,8 milhões de reais ao SUS. Ainda são poucos os estudos que analisam o perfil epidemiológico da doença no Brasil e no mundo, sendo que a sua gênese ainda não é totalmente compreendida. Desta forma, é imprescindível a realização de mais estudos sobre estas doenças, a fim de elucidar melhor o comportamento da doença no cenário brasileiro, visto que conhecendo o perfil desta patologia será possível estabelecer métodos profiláticos, diagnosticá-la precocemente e consequentemente evitar e reduzir as complicações nos pacientes já acometidos.