O câncer, por sua alta taxa de letalidade, gera sentimentos negativos, os quais podem modificar o desempenho familiar e causar grande sofrimento. Com isso, predispõe tanto o paciente quanto os cuidadores e familiares ao desenvolvimento de transtornos mentais. Destes, os mais comuns são a depressão e a ansiedade. Com base na importância do cenário supracitado e na necessidade de se conhecer a realidade no Estado do Amapá, analisou-se, comparativamente, os níveis de ansiedade e de depressão dos pacientes ambulatoriais e de seus acompanhantes na Unidade de Alta Complexidade em Oncologia do Estado do Amapá, por meio de um estudo qualitativo, descritivo e transversal, aplicando-se questionário sociodemográfico e a Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão. Após análise, encontramos neste estudo um perfil sociodemográfico compatível ao esperado para o Estado e similar aos de regiões com baixo nível de desenvolvimento socioeconômico nas diversas variáveis analisadas. Além disso, verificou-se no presente estudo que os acompanhantes são possivelmente mais depressivos do que ansiosos, fato este comprovado por testes estatísticos. Isso diverge dos achados apontados em outras literaturas, em que a ansiedade é mais relatada do que a depressão. Dessa maneira, concluiu-se que além do reforço de políticas públicas em saúde, há a necessidade de fortalecimento de uma abordagem familiar ampla, bem como a necessidade de novos estudos visando elucidar a divergência encontrada na categoria ansiedade.