Dor crônica, ansiedade e sintomas depressivos em estudantes de Enfermagem em tempos de pandemia

Abstract

RESUMO Objetivos Identificar as manifestações de dor crônica (DC), ansiedade e sintomas depressivos em estudantes de Enfermagem de uma universidade pública federal em tempos de pandemia, analisando a associação entre essas variáveis, e descrever as características sociodemográficas e de hábitos de vida na população estudada. Método Estudo quantitativo, transversal, observacional e analítico, realizado de julho a novembro de 2020, com amostra de 119 estudantes de Enfermagem matriculados no segundo semestre de 2020. Foram utilizados questionários para caracterização sociodemográfica e de hábitos de vida, o mapa corporal da Escala Multidimensional de Avaliação de Dor, o Inventário de Ansiedade Traço-Estado e o Patient Health Questionnaire-9. Resultados A maioria dos estudantes de Enfermagem da amostra é do sexo feminino, com idade média de 23,4 anos, e 37,8% convivem com DC. Os estudantes com DC apresentaram maiores níveis de ansiedade e mais sintomas depressivos. Verificou-se associação entre DC, ansiedade e sintomas depressivos nessa amostra. Conclusão Durante o período pandêmico investigado, foi encontrada associação entre DC, ansiedade e sintomas depressivos na população de estudantes de Enfermagem da universidade investigada, indicando que os acadêmicos com DC experimentam maiores níveis de ansiedade e mais sintomas depressivos do que aqueles sem DC.

Fatores psicológicos e qualidade de vida em estudantes universitários com dor cervical pós pandemia da Covid-19

“…Um outro aspecto que aumentou durante a pandemia foi o envolvimento dos fatores psicológicos, uma revisão sistemática realizada em 2021 buscou investigar os impactos da pandemia na saúde dos estudantes, observou que a maioria apresenta relatos de doenças mentais, principalmente os de nível superior (18). Quando relacionados com a dor crônica uma pesquisa realizada com estudantes enfermeiras, foi encontrado associação entre ansiedade e depressão com dor crônica, sendo observado que 78,99% tinham sintomas depressivos variando entre leve a grave, e 55,7% eram ansiosos, dados estes que divergem do atual estudo em que foi visto mais ansiosos do que depressivos, não sendo possível observar uma relação direta visto que não foi realizado perguntas sobre as características da dor, bem como a sua duração (19).…”

“…A relação entre dor crônica e os aspectos psicológicos pode acontecer pela ruminação e aflição gerada durante a graduação, levando ao aumento da intensidade da dor uma vez que os pensamentos ocasionam um aumento da tensão muscular, como também a perca da qualidade do sono, fadiga, irritabilidade e dentre outros (20,21). Esse envolvimento durante a pandemia da COVID-19 se intensificou, afetando negativamente na saúde mental dos estudantes (19) Quando relacionados a esses fatores com a qualidade de vida nos estudantes com cervicalgia observou-se uma menor pontuação nos domínios físicos e mentais. Apesar de não obter uma significância estatística (p >0,5), é possível observar uma média do SF-36 mais baixos do que comparado com estudo realizado com pessoas com dor cervical em 2020 (22), portanto é possível observar que pacientes com cervicalgia e doenças mentais apresentam qualidade de vida baixa.…”

“…No final do ano de 2019 um surto de uma nova doença de corona virus disease (COVID- 19), sendo classificada como uma pandemia afetou de forma única os sistemas de saúde em todo o mundo. Por se tratar de uma patologia de alta disseminação, com a necessidade de atendimento hospitalar em alta complexidade, sem tratamento eficaz e vacina específica, medidas de controle de infecção foram adotadas para reduzir a transmissão da doença (1).…”

“…Através disso, instituições, comercio, restaurante e entre outros tipos de serviços mudaram suas rotinas abruptamente, passando alguns a trabalharem de forma remota, outros como nas escolas e universidades atividades por meio de videoconferências e plataformas digitais (2). Apesar de trazer pontos positivos em relação a contaminação, a literatura destaca que o isolamento trouxe um aumento crescente dos distúrbios mentais em decorrência do medo de se infectar, distanciamento social, a vivência do luto e as questões financeiras (3,4). Este aspecto pode ter uma relação com o surgimento de dores musculoesquelética, como também a intensificação e a permanência prolongada do quadro álgico uma vez que as questões psicológicas podem estar envolvidas como aumento da tensão muscular, devido aos pensamentos pessimistas que podem gerar irritabilidade, perca da qualidade de sono, fadiga e entre outros (5,6).…”

Índice de dor musculoesquelética e avaliação de qualidade de vida em universitários no oeste do Pará

“…A dor aguda surge de maneira repentina e tem como principal função a preservação do corpo e de sua integridade. Já quando a dor é persistente e recorrente é caracterizada como crônica pois acomete o corpo do indivíduo por um longo período de tempo (Miotto et al, 2022). Em um estudo realizado na Amazônia foi notificado que 62,5% da população do local sofrem de dores crônicas (Mota et al, 2020).…”