“…Para que estes corpos estejam aptos a praticar a danza de tijeras com sucesso, Chuspicha nos fala que é preciso que eles sejam transformados, ou nas suas palavras, que "el cuerpo del danzante no está completo sin los pactos con el Diablo, los Apus y la Sirena". A respeito dessa incompletude, explorada mais detalhadamente em Caballero (2019a), nos interessa um importante aspeto para o argumento em questão neste texto, a saber, que o encontro com os viventes poderosos que transformam esse corpo, ou que o completam, não acontece em qualquer lugar, mas em lugares salvajes, liminares, perigosos e, por isso, mais poderosos. Um deles são as cataratas, reconhecidamente importantes para os danzantes não apenas em Andamarca como também em outras partes dos Andes; outro lugar, segundo Chuspicha, é a puna, o espaço mais selvagem na ecologia andamarquina.…”